Dez meses após o anúncio da Agenda BC#, um pacote de medidas do Banco Central do Brasil para a democratização financeira no país, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, apresentou um balanço com os resultados alcançados em 2019.
Dentre as atividades ainda em andamento, as que foram lideradas pelas cooperativas de crédito, destacaram-se, sobretudo, nos eixos Inclusão e Educação. Aliás, o cooperativismo foi o tema de introdução de Neto.
O cooperativismo foi o primeiro ponto da apresentação do presidente. Campos Neto descreveu as medidas que já foram tomadas, para garantir mais eficiência ao Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), como a melhoria na governança do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), criação de assembleias virtuais e expansão da área de atuação das cooperativas de crédito.
Outro tópico colocado foi a captação de poupança por cooperativas singulares, que ainda está em curso.
Objetivos
Entre os objetivos do Banco Central com a Agenda BC#, também constava a garantia de maior competitividade para as cooperativas, que até então tinham muitas restrições. Por essa razão, foram abertas novas possibilidades de captação: via letra financeira, por poupança rural e habitacional, e via letra imobiliária garantida. Segundo Campos Neto, essa é uma agenda de competição, que basicamente insere as cooperativas numa condição de mais igualdade, no sistema financeiro, para que elas possam crescer.
Na exposição das medidas implementadas no eixo Educação, foi destacada a parceria realizada entre o BC e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), para ampliação do Programa de Formação de facilitadores em Gestão de Finanças Pessoais. Essa ação foi apontada como fundamental, para expansão da educação financeira, para as regiões mais carentes do país.
Após apresentar os resultados, Campos Neto elencou quais serão os próximos passos, para atingir as metas propostas pela Agenda. O BC quer ter a tecnologia como aliada, para dar mais agilidade e reduzir os custos das transações. Além disso, pretende reduzir os custos de entrada no sistema financeiro, para garantir mais inclusão e participação; bem como assegurar juro longo mais baixo, para permitir financiamento privado para os grandes agentes; oferecer mais fomento público aos pequenos e médios; e modernizar, para liberar mais valor à sociedade. E tudo isso será viabilizado por meio de “pequenos círculos” geradores de riqueza, dentre os quais, consta o cooperativismo.
Confira abaixo, os pontos da Agenda BC#, que tem como foco, fortalecer o cooperativismo e utilizá-lo como um dos canais, para a democratização financeira no país (Sistema OCEMG)
Novos instrumentos:
- Letra financeira;
- Poupança rural e imobiliária;
- Letra imobiliária garantida.
Melhoria da governança:
- Governança do FGCoop;
- Empréstimo sindicalizado;
- Depósito Interfinanceiro Cooperativo;
- Captação de poupança por singulares;
- Fundos constitucionais (funding);
- Área de atuação;
- Área de admissão;
- Assembleias virtuais;
- Intervenção: centrais e confederações.
Melhor distribuição dos recursos até 2022:
- Aumento na participação de cooperados no SNCC para 40%;
- Aumento na quantidade de cooperativas de crédito para pelo menos 20% do Sistema.
Financeiro
- Aumento na quantidade de cooperados de baixa renda para 50%.