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Carnelian Escuderia: estudantes de Valadares na disputa para a F1 in Schools

FOTOS: Divulgação/Sesi

Competição desafia estudantes a projetar, fabricar e correrem com miniaturas de carros de Fórmula 1

Um grupo de jovens estudantes do Sesi, em Governador Valadares, se desafia em um projeto de engenharia e inovação que os coloca com a possibilidade de participar de uma competição de nível nacional. Representando a cidade pela primeira vez no F1 in Schools, a Carnelian Escuderia carrega o nome do Vale do Rio Doce e, ao mesmo tempo, um símbolo: a cornalina, uma pedra avermelhada que significa coragem e adaptabilidade. Para essa equipe, mais do que uma competição, o F1 in Schools representa uma experiência transformadora, repleta de desafios e conquistas.

A Carnelian Escuderia surgiu após uma seleção de alunos do Sesi de Governador Valadares. Atualmente a equipe conta com seis alunos que no mês de setembro conquistaram a classificação para a etapa regional do F1 in Schools. Nessa fase, que acontecerá de 28 a 30 novembro, a equipe participará presencialmente das avaliações em Belo Horizonte. Se a escuderia conseguir mais uma classificação avançará para a etapa nacional em Brasília no ano que vem.
Ana Júlia Landim, de 16 anos, Emanuelle Peixoto, de 17 anos, Heitor Coelho, de 14 anos, Isadora Monteiro, de 16 anos, Lucas Coelho, de 15 anos e Samara de Miranda, de 14 anos são os integrantes da equipe, cada um assumindo um papel específico. Heitor, projetista 3D, conta que eles estão nos momentos finais do torneio regional e precisam terminar os desenhos técnicos e enviar o carro para a usinagem.

Para muitos desses jovens, o F1 in Schools é o primeiro contato com uma competição desse porte, e o nervosismo se mistura com a excitação. Emanuelle, gerente de projetos, e Ana Júlia, diretora de marketing, já participaram de competições similares e sabem a intensidade que os espera. “A sensação é incrível, é como estar em outro mundo. Dá aquele frio na barriga, mas quando você sai da sala de avaliação, a melhor sensação é a de que tudo valeu a pena,” afirma Emanuelle, relembrando as competições passadas.

FOTOS: Divulgação/Sesi

A Rotina Intensa e o Equilíbrio Emocional

Em meio ao entusiasmo, há também os dias difíceis, marcados pelo esforço contínuo para equilibrar estudos e compromissos da competição. Heitor conta sobre as noites em que ficaram até tarde na escola para finalizar o portfólio do Microrregional, e como o trabalho se estendeu até as férias. “Estávamos tão envolvidos que passar as férias aqui acabou se tornando algo prazeroso. Formamos um tipo de família, e a união que temos faz tudo isso valer a pena.”

A escuderia realiza reuniões frequentes para compartilhar dificuldades, discutir estratégias e fortalecer o vínculo entre a equipe. Manter o equilíbrio emocional tem sido fundamental, especialmente para Emanuelle, que lida com a pressão da função de gestão. A rotina intensa traz à tona não só a necessidade de organização, mas também a importância de cuidar do emocional. “Às vezes, é preciso tirar um tempo para respirar, principalmente quando nos sentimos sobrecarregados. A convivência nos ensina a estabelecer prioridades, a abrir mão de algumas coisas e apoiar uns aos outros.”

Expectativas para o Torneio e um Olhar para o Futuro

Faltando apenas algumas semanas para o torneio regional, a equipe está ansiosa para colocar o carro na pista, apresentando todo o trabalho que vem desenvolvendo. A oportunidade de competir em uma plataforma que combina engenharia, design e habilidades de negócios é vista por todos como uma experiência valiosa, com lições que levarão para a vida toda. Isadora, engenheira de manufatura, compartilha a ansiedade: “É nossa primeira competição. A expectativa é alta, e acredito que nossa dedicação vai ser recompensada.”

Para eles, o torneio regional é apenas o começo. Com uma equipe que une dedicação, criatividade e responsabilidade social, a Carnelian Escuderia promete levar o nome de Governador Valadares além das fronteiras mineiras, colocando a cidade e seus jovens talentos em destaque no cenário nacional e, quem sabe, internacional.

“Estamos ansiosos para o torneio, mas, acima de tudo, estamos orgulhosos de tudo que construímos até aqui. Vamos para essa competição com tudo o que aprendemos e confiantes no nosso potencial,” conclui Ana Júlia.

Para o professor Luís César, acompanhar o desenvolvimento dos alunos no projeto F1 in Schools tem sido uma experiência de realização profissional e pessoal. Como técnico assistente da Carnelian Escuderia, ele atua ao lado do professor Túlio, o mentor principal da equipe, cuja experiência em engenharia e no circuito de competições tem sido fundamental para orientar os alunos nos aspectos técnicos e nos torneios. Enquanto Túlio foca na área de engenharia, o professor Luís trabalha principalmente com gestão de tempo, comunicação e coordenação do projeto social.

“Aqui no SESI, o nosso objetivo é mais do que só passar o conteúdo tradicional de sala de aula. Esse tipo de projeto, como a F1 in Schools, desenvolve a autonomia dos alunos. Não há ninguém exigindo deles trabalho ou cumprimento de horário. Eles fazem por iniciativa própria”, afirma Luís. Ele ressalta que os alunos chegam a vir ao espaço maker durante as férias para trabalhar, sem obrigação ou expectativa de nota. Segundo ele, é um ambiente onde “eles precisam se virar”, desenvolvendo não apenas conhecimento técnico, mas também espírito empreendedor, liderança e responsabilidade.

Ao longo do ano, Luís César observou um progresso notável nos integrantes da Carnelian Escuderia. “Quando você vê o nível que eles alcançaram em tão pouco tempo, é um desenvolvimento fantástico. Em fevereiro eles foram selecionados, em abril já competiram em uma classificatória, e desde então vêm crescendo de forma impressionante”, explica. Segundo o professor, é gratificante ver o quanto os estudantes dominam o projeto, conhecendo profundamente cada etapa e cada estratégia necessária para o sucesso. “Eles sabem o que têm que fazer, sabem o que serve em cada ponto. Isso dá um orgulho danado.”

Nos dias de competição, o papel dos técnicos se torna limitado. Luís e Túlio estão lá para apoiar, mas, na prática, as decisões e a responsabilidade são totalmente dos alunos. “No torneio, não podemos tocar no carrinho, interferir nas decisões deles; estamos ali para motivar, orientar, resguardar a segurança e a saúde mental deles. Todo o protagonismo é dos estudantes. Esse é o nosso papel: dar suporte, mas deixar que eles sejam os verdadeiros protagonistas,” conclui o professor, orgulhoso do engajamento e dedicação dos jovens.

Além da pista: um projeto social para a comunidade

Além dos desafios técnicos, a Carnelian Escuderia incorporou um projeto social ao seu trabalho. Os estudantes se uniram a uma empresa de borracha em Governador Valadares, patrocinadora da equipe, para criar caminhas de cachorro a partir de pneus reciclados, destinados aos animais de rua da cidade. “Em Valadares, vemos muitos animais abandonados e abrigos superlotados. Queremos ajudar a dar conforto a esses animais, mesmo que estejam na rua,” explica Emanuelle. A equipe planeja distribuir as caminhas em parceria com ONGs locais e mapeou pontos estratégicos próximos aos patrocinadores e locais com alta concentração de animais em situação de rua.

F1 in Schools

O F1 in Schools é uma competição global que desafia estudantes a projetar, fabricar e correrem com miniaturas de carros de Fórmula 1.

Criado para aproximar os jovens da Fórmula 1 e do mundo das ciências exatas, o programa envolve desde a criação de um carro em software 3D até a montagem de uma equipe com funções divididas entre gestão de projetos, engenharia, design gráfico, e marketing. As equipes são avaliadas tanto pela performance dos carros na pista quanto pelo portfólio de projetos e apresentações que demonstram a inovação e os conhecimentos adquiridos ao longo do processo.

O carro projetado passa por testes de aerodinâmica e performance antes de ser levado para as corridas, que acontecem em uma pista de 20 metros e simulam uma corrida de Fórmula 1 em miniatura. Além disso, a equipe precisa buscar patrocínios, gerenciar o orçamento e cumprir com os prazos estabelecidos pela competição. No final, as melhores equipes do torneio regional se classificam para o torneio nacional, e as vencedoras seguem para representar o Brasil no campeonato mundial, onde competem com jovens de diversos países em um dos mais prestigiados eventos estudantis do mundo.

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