Tribunal do Júri condena mãe e filha a 30 anos de prisão por morte brutal de criança

O Tribunal do Júri de Aimorés, no Vale do Rio Doce, condenou duas mulheres, mãe e filha, a 30 anos de prisão cada uma.
FOTO: Ilustração/ Freepik

AIMORÉS – O Tribunal do Júri em Aimorés, no Vale do Rio Doce, condenou duas mulheres, mãe e filha, a 30 anos de prisão cada uma. O julgamento aconteceu nessa quinta-feira (19). O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) divulgou mais informações sobre o caso. As duas mulheres receberam a sentença de condenação pela morte cruel de uma criança de nove anos, que era vizinha delas.

O crime

O crime aconteceu no dia 24 de janeiro deste ano. A Polícia Militar compareceu à residência das rés, após o companheiro de uma das acusadas ligar para a polícia. Ele contou aos militares que, por telefone, a mulher confessou o homicídio.

No local, os policiais não localizaram as rés, mas encontraram a criança morta, debaixo de um tapete, com múltiplas feridas espalhadas pelo corpo. As mulheres foram rastreadas e presas, no mesmo dia, em outro bairro, quando tentavam fugir da cidade em um táxi. 

De acordo com a Promotoria, por meio de imagens de câmeras de segurança, comprovou-se que uma das rés agiu de forma premeditada, inclusive, adquirindo, em uma mercearia, álcool e produtos de limpeza para utilizá-los no crime. Após o homicídio, sabendo que os pais estavam procurando a criança, de forma dissimulada, uma das rés tentou tranquilizar a mãe da vítima, informando que a viu brincando atrás do posto de saúde do bairro onde moravam, quando, a essa altura, a criança já havia sido morta.

Motivação e crueldade

Ainda segundo as informações do MPMG, por meio das investigações entendeu-se que a motivação do crime foi fútil. Consta pela Promotoria que as mulheres tiraram a vida da criança, tão somente, porque não gostavam da forma como a vítima tratava o filho (e neto) das rés quando eles brincavam juntos. O MPMG ressaltou que “o crime foi praticado por meio cruel, pois a vítima foi morta de forma escalonada, progressiva e gradual, após 36 golpes de faca”.

Sobre isso, apurou-se ainda que uma das autoras possuía histórico de agressividade, Em outro momento a polícia já levou a mulher para a delegacia após agredir uma outra criança que brincava com seu neto. Esse caso aconteceu numa escola na cidade de Baixo Guandu, no estado do Espírito Santo.

Sentença

O Conselho de Sentença reconheceu que o crime aconteceu mediante traição, uma vez que a vítima foi atraída ao local dos fatos pelas acusadas, com a justificativa de que lhe dariam um presente. Também foi apontado o uso de recurso que dificultou a defesa da criança. Segundo o MPMG, ao entrar no imóvel, a vítima foi atacada pelas acusadas, que estavam em maior número e possuíam maior força física. Elas usaram um travesseiro com álcool contra o seu rosto, dificultando e impedindo sua defesa.

Na sentença também foi reconhecida a barbaridade com que o crime foi praticado. Na ocasião do julgamento, foi determinada a imediata execução das penas impostas às acusadas, que já se encontravam presas preventivamente desde a data dos fatos.

Elas foram condenadas a uma pena total de 30 anos de reclusão cada uma, em regime inicial fechado, bem como ao pagamento de uma indenização mínima de R$ 100 mil aos pais da vítima a título de danos morais.

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