THAÍSA OLIVEIRA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta quarta-feira (22) que concorda em repassar ativos do estado, como a Cemig (de energia elétrica) e a Codemig (de exploração de nióbio), para reduzir a dívida com a União.
Enquanto Zema tentava aprovar o Regime de Recuperação Fiscal na Assembleia Legislativa, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ministro de Minas, Alexandre Silveira, começaram a costurar um plano B junto ao próprio presidente Lula.
“Tem todas as condições [de a proposta prosperar], sim. Estamos bem otimistas. Sim, estamos de acordo [em repassar ativos para a União]”, disse Zema após reunião no Senado com Pacheco e Silveira.
O governador corre contra o tempo para apresentar ao STF (Supremo Tribunal Federal) até 20 de dezembro uma proposta para pagar a dívida de R$ 160 bilhões de Minas com a União.
O próprio governo mineiro admite que, sem isso, os servidores públicos estaduais terão os salários atrasados a partir de fevereiro e, “muito provavelmente”, voltarão a receber de forma parcelada no primeiro semestre.
Acuado diante da ofensiva de Pacheco, Silveira e Lula em Minas, Zema mudou sua estratégia de embate e decidiu tomar a frente nas negociações da dívida. Nesta quarta, o governador também se reúne com o ministro da Fazenda.
O plano alternativo está baseado em três eixos: reduzir o valor da dívida; entregar ativos como a Cemig, a Codemig e a Copasa (de água) à União; e usar parte dos créditos da repactuação do acordo feito após o rompimento da barragem em Mariana.