Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad, e a possível indicação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada em Washington
Congresso quer dar aumento para servidores
Mal a Câmara discutiu a reforma da Previdência, produzindo uma economia que pode chegar a R$ 900 bilhões em dez anos, e já tem deputado falando em dar aumento para o funcionalismo público. É o que faz o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Cacá Leão (BA), do PP do “centrão”. Ele abriu essa possibilidade em seu parecer, mas “caberá ao governo” a iniciativa de propor. Ao menos isso.
Todos contemplados
O relator da LDO exclui apenas os militares do possível benefício, porque seus aumentos salariais já estavam previstos no Orçamento.
Mão no nosso bolso
O relator da LDO incluiu em parecer outra coisa grave: bancar as eleições municipais de 2020 com dinheiro das emendas de bancada.
Jogando para o Congresso
Cacá Leão incluiu no relatório, prestes a ser votado no plenário, emendas de bancada impositivas, aprovadas em tempo recorde.
Meta é rombo menor
Em relação à meta fiscal, o projeto da LDO prevê para 2020 um déficit primário de R$ 124,1 bilhões. Em 2019 serão R$ 139 bilhões.
Discurso populista ‘desapareceu’ por 14 anos
Na discussão da reforma da Previdência, a oposição retomou com força a exigência de “auditoria da dívida pública” e “taxação de grandes fortunas”. Até parece que Jair Bolsonaro está no poder há anos. Os que abraçaram a velha demagogia (nas bancadas do PT, PSB, Psol, PCdoB e PDT) calaram sobre isso nos 14 anos dos governos petistas. Talvez porque os donos de grandes fortunas estivessem subornando e bancando outro tipo de reforma – aquela do tríplex e do sítio de Lula.
Oportunidade não faltou
Nas minirreformas da Previdência e Lula e Dilma, os deputados “de esquerda” não pediram a “taxação das grandes fortunas”, claro.
Voz solitária
Em 2008, a deputada Luciana Genro (Psol-RS), que havia sido expulsa do PT, cobrou do governo Lula taxar grandes fortunas. Foi ignorada.
Lapso temporal
A hipocrisia da atual oposição no Congresso faz parecer que houve um salto no tempo: de 2002 para maio de 2016.
Atravessadores poupados
O ministro Paulo Guedes disse há dias que “somos 200 milhões de trouxas explorados por duas empreiteiras, quatro bancos, uma produtora de petróleo”. Poupou as distribuidoras, esses atravessadores oportunistas que, sem agregar valor, tornam mais caro o combustível.
E os outros seguranças?
Primeiro os seguranças engravatados da Câmara conseguiram com seus chefes serem rebatizados de “Polícia Legislativa”. Agora ganharam a mesma regra de aposentadoria das polícias de verdade.
Dá para desconfiar
Enquanto as manchetes se distraíam com a provável indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada em Washington, a MP da Liberdade Econômica era aprovada sem alarde na comissão especial.
Entrando em campo
Aécio Neves (MG) surpreendeu na Câmara ao defender a aprovação do texto da reforma da Previdência. Ficou claro que o ainda tucano, cutucado pelo governador João Doria, resolveu entrar em campo.
Rombo tem dono
Em meio a discursos da oposição, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) lembrou que o PT foi responsável por transferir renda dos pobres para os ricos ao emitir títulos com prazos mais curtos e juros mais altos.
R$ 20 bilhões por ano
Um estudo de 2018 do BNLData com o Instituto Brasileiro Jogo Legal estima que as apostas ilegais movimentam, anualmente, cerca de R$ 20 bilhões no Brasil. São mais de US$ 6 bilhões por ano.
Já foi muito pior
O governo reduziu a estimativa de crescimento do PIB em 2019 de 1,6% para 0,81%. Mas ainda é maior que o ano de 2014 (0,5%) e menor que 2017 e 2018, cerca de 1% de crescimento. Em 2015 e 2016, os últimos de Dilma, a economia encolheu 3,8% e 3,6%.
Lipoaspiração
Antes das alterações, o texto da reforma da Previdência aprovado previa economia de R$ 987 bilhões em dez anos. Com os destaques aprovados na sexta, o total ainda estaria acima dos R$ 900 bilhões.
Pensando bem…
…após tanta gritaria sem ninguém perder a voz, o debate da reforma mostrou que bons mesmo são os fonoaudiólogos dos deputados.