A estrutura metálica que faz parte do palco onde acontecerá um evento universitário já começou a ser montada dois dias antes de receber o público, na próxima sexta-feira (13). Ainda falta a instalação de alguns equipamentos eletrônicos, como iluminação, som, painel de LED e decoração do ambiente.
A antecipação na preparação da estrutura no local do evento faz parte do planejamento da equipe responsável por deixar tudo pronto para a festa acontecer e receber os universitários, mas também se tornou uma necessidade no que se refere à logística por trás da instalação e operação dos equipamentos. É o que conta Alexandre Publio, prestador de serviço na área de eventos.
Para montar toda a estrutura ele conta com pelo menos quatro profissionais, para os trabalhos pré e pós-evento. Já durante a realização do show são de três a seis profissionais, para ficarem por conta das questões técnicas, como iluminação e som.
Com o número de casos e mortes da covid-19 reduzidos e a imunização da população, os shows e atrações de entretenimento voltaram a ser realizados nas cidades. No caso do Alexandre, por exemplo, em 2020 ele costumava atender em média dois eventos por semana, enquanto em 2022 essa média mais que dobrou, chegando a ser cinco eventos a cada semana.
A demanda represada pelos dois últimos anos tem inundado os produtores de eventos, que agora enfrentam o desafio de se estabelecer novamente e encontrar profissionais capacitados, principalmente nas funções técnicas. Esse é um dos desafios do setor de eventos, após o período mais grave da pandemia.
“O setor de eventos teve dois problemas. Na pandemia nós ficamos um ano e meio sem trabalhar, e isso veio acarretar que muita gente que trabalha no freelance migrou para outras áreas. [O setor de eventos] já ficou prejudicado na pandemia e, agora que ele voltou, voltou mais aquecido. Então a gente está tendo uma demanda, um fluxo de evento muito grande, e realmente há uma dificuldade de conseguir profissional na área”, explica Alexandre Publio.
Segundo a Associação Mineira de Eventos e Entretenimento, no estado, a estimativa é que até 5 mil vagas não estejam preenchidas no setor por falta de mão de obra. Como o segmento de eventos é marcado pela contratação de trabalhadores informais, que geralmente aceitam bicos de final de semana como garçons e recepcionistas, reencontrar esses profissionais tem sido cada vez mais difícil.
“Hoje estou com dificuldade de encontrar pessoas qualificadas. A gente tem tentado fazer tudo da melhor maneira, informar bastante na hora da contratação, quais são as atividades que as pessoas vão desempenhar para tentar realizar de uma maneira mais leve. Mas eu sei que vai demorar um ou dois eventos pra gente entrar de verdade no ritmo e recuperar essa galera massa que consegue atender de forma fluida”, contou Jéssica Dias, promotora de eventos em Governador Valadares.