Agentes da Patrulha de Fronteira dizem que as travessias do norte são mais comuns do que se imagina
Uma van de 15 passageiros com placas de Missouri circulou por uma estrada durante uma uma nevasca em janeiro próximo à fronteira canadense. Para um agente da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos, que monitorava os campos agrícolas congelados do noroeste de Minnesota, a ação era suspeita, mas não surpreendente. Ele já sabia que este era um local usado para contrabando de humanos.
Semanas antes, autoridades do lado canadense descobriram uma mochila contendo uma etiqueta de preço em rúpias, a moeda da Índia. Os agentes da Patrulha da Fronteira viram pegadas na neve naquele dia, depois mais duas no mês seguinte. Eles sabiam que algo ilegal estava acontecendo.
Mas, naquela manhã de janeiro, eles não esperavam a descoberta horrível que fizeram mais tarde. Uma família de quatro pessoas, congelou até a morte a poucos metros da fronteira – uma tragédia que ganhou as manchetes internacionais.
Embora a atenção tenha se concentrado há muito tempo nas travessias ilegais da fronteira sul, o caminho de menor resistência para algumas operações de contrabando é pelo norte, onde a fronteira é duas vezes maior, com um oitavo do número de agentes patrulhando.
Atravessar quilômetros de terra estéril ou florestas pantanosas possa parecer ineficaz e perigoso, os agentes da Patrulha de Fronteira dizem que as travessias do norte são mais comuns do que se imagina.
A fronteira canadense não tem nem de perto o número de travessias ilegais como a fronteira mexicana. Desde 1º de outubro, apenas 3% ocorreram na fronteira norte.
A descoberta das mortes ressalta uma verdade oculta sobre a fronteira esquecida da América.
Algumas autoridades eleitas alertam para a necessidade de aumentar a proteção na fronteira norte, pois está se tornando cada vez mais comum o uso dela para o tráfico de imigrantes. Brazilian Times