Audrey Strauss, Procuradora dos Estados Unidos para o Distrito Sul de New York, e Philip R. Bartlett, Inspetor Responsável do Escritório de NY do Departamento de Serviço de Inspeção Postal dos EUA (USPIS, sigla em inglês), anunciaram que o brasileiro João Djalma Prestes Junior, chamado de João Pereira, foi sentenciado na segunda-feira, dia 27, a 48 meses de prisão depois de se declarar culpado por fraudar empresas brasileiras em aproximadamente US $ 15 milhões.
De acordo com as informações, o brasileiro foi preso em junho de 2020 e admitiu a culpa em abril de 2021 perante o juiz distrital dos EUA, Jed S. Rakoff, que impôs a sentença. Ele recebia dinheiro adiantado de seus clientes com promessas de empréstimos que não aconteciam
No mesmo dia da divulgação da sentença, foram abertas acusações contra outras pessoas suspeitas de fazerem parte do esquema. São eles: Hermínio Ribeiro Dias Cruz, Juan Carlos Villalba, Rose Martins de Oliveira e Alex Pereira de Souto. Todos responderão por fraude eletrônica e conspiração para cometer fraude eletrônica em conexão com o mesmo esquema. Os quatro estão foragidos.
A Procuradora Audrey Strauss disse: “Em algumas ocasiões, em reuniões presenciais com as vítimas, em um arranha-céu de Manhattan, João Djalma Prestes Junior roubou milhões de dólares de empresas. Junior agora vai passar quatro anos na prisão dos EUA por esses crimes. Conforme alegado, ele não trabalhava sozinho. Seus quatro supostos comparsas que estão foragidos serão indiciados”.
O inspetor encarregado do USPIS, Philip R. Bartlett, disse: “Os inspetores postais geralmente veem fraudes de taxas antecipadas vinculadas a fraudes de loteria. No entanto, neste caso, as vítimas foram supostamente induzidas a pagar taxas antecipadas para garantir empréstimos comerciais. Os réus supostamente usaram o dinheiro da vítima para ostentar seu estilo luxuoso de vida. Os inspetores postais alertam aqueles que buscam empréstimos a ficarem atentos e checar quando tiverem que pagar para obter dinheiro”.
Entre os luxos ostentados por Junior estava uma Maserati adquirida com o dinheiro das vítimas.
De acordo com as informações judiciais, desde julho de 2018 até fevereiro de 2020, o brasileiro manteve o esquema para fraudar empresas brasileiras em milhões de dólares por meio do esquema de taxa antecipada.
Como parte do esquema, Junior e seus comparsas prometiam que as vítimas receberiam um grande empréstimo após fazerem o pagamento antecipado de várias taxas. Para efetuar o esquema, Junior e os comparsas criaram várias empresas de fachada nos Estados Unidos e sites. Entre as empresas criadas estavam uma suposta entidade financeira, uma suposta companhia de garantia e uma suposta seguradora.
O réu instruia as vítimas a pagar taxas antecipadas à empresa de garantia e à seguradora. Depois que os pagamentos iniciais eram feitos, o réu e seus comparsas alegavam que havia algum obstáculo para transferir o dinheiro do empréstimo para a vítima, tais como o pagamento de um imposto.
Eles diziam que este obstáculo poderia ser superado se a vítima fizesse outro adiantamento de pagamento. Mas apesar de pagar uma ou mais dessas taxas adiantadas, as vítimas nunca receberam os empréstimos prometidos e o dinheiro pago adiantado nunca foi devolvido.
Junior também fez com que executivos das empresas vítimas viajassem até NY para reuniões presenciais em uma suíte em um arranha-céu no centro de Manhattan que supostamente era o escritório da entidade financeira. Ao interagir com as empresas vítimas, no entanto, Junior usou o pseudônimo de “João Pereira”, devido à notoriedade do réu no Brasil, onde já foi anteriormente objeto de processos criminais amplamente divulgados.
Além da pena de prisão, Junior terá de fazer a restituição no valor de US $ 15.266.679,10. Com informações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos/Brazilian Times