O sargento da Polícia Militar paulista Douglas Renê Witzel, irmão do governador afastado do Rio Wilson Witzel (PSC), foi preso na manhã desta quinta-feira (22), em Jundiaí (SP), durante operação de combate à facção criminosa PCC.
Douglas trabalhou por meses na assessoria militar do prefeito Bruno Covas (PSDB), mas foi transferido, após concluir curso de sargento da corporação.
A prisão, realizada pela Corregedoria da Polícia Militar, faz parte de uma ação conjunta com Ministério Público de São Paulo, que investiga pessoas ligadas ao crime organizado paulista.
Inicialmente, o irmão do governador seria alvo de busca e apreensão por parte da Corregedoria, conforme decisão do juiz Ronaldo João Roth, da 1ª auditoria do TJM (Tribunal de Justiça Militar), mas acabou preso em flagrante porque, durante as buscas, foram encontrados objetos ilícitos na casa do sargento.
Segundo o registro oficial, havia um revólver calibre 38, municiado, com a numeração raspada, um simulacro de pistola, além de uma munição e dezenas de cartuchos deflagrados, de calibre 380, .38 e .40. Douglas alegou que não sabia que o revólver estava guardado entre suas coisas e que tal armamento seria do sogro dele, já falecido.
O operação Rebote do Ministério Público está sendo desencadeada também em Itapira, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Estiva Gerbi, Valinhos, Indaiatuba e Várzea Paulista, todas cidades no interior de SP.
Até o momento, segundo o Ministério Público, foram apreendidos diversos materiais relacionados à organização criminosa, entre eles armas de fogo, entorpecentes, celulares e cerca de R$ 60 mil.
Uma das suspeitas contra Douglas Witzel é que ele passava informações de operações policiais para criminosos ligados ao PCC.
Segundo a Promotoria, as investigações, iniciadas em setembro de 2020, revelaram que criminosos investigados ocupavam funções de liderança regional do PCC e no tráfico de drogas das respectivas cidades. Foi descoberto na investigação o suposto envolvimento de policiais militares em crime de furto de caixas eletrônicos, resultando na prisão em flagrante de dois integrantes de uma quadrilha.
A Folha não conseguiu contato com a defesa do policial.
ROGÉRIO PAGNAN – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)