Nesta terça-feira (20), a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas) anunciou, em uma de suas redes sociais, que o restante do estado que ainda se encontra na onda roxa do Plano Minas Consciente deverá avançar para a onda vermelha na próxima quinta-feira (22), quando as decisões do Comitê Covid são publicadas no Diário Oficial. Caso isso ocorra, a medida deverá vigorar já no final de semana.
O anúncio foi feito por meio de um vídeo do presidente da Federaminas, Valmir Rodrigues, que participou de uma reunião fechada com o governador Romeu Zema e com o desembargador Gilson Lemes.
No vídeo, Valmir afirmou que, “se tudo der certo e a situação se mantiver estável até a próxima quinta-feira, quando deve sair a decisão no Diário Oficial, tudo indica que as outras regiões que faltam também avançarão para a onda vermelha”.
Assista ao vídeo: https://www.facebook.com/ACEGV/videos/928823811277613
Na última semana, além das regiões Norte, Sul, Sudeste e Jequitinhonha, cidades como Betim, Belo Horizonte, Nova Lima, Caeté, Vespasiano, Contagem, Curvelo e Manhuaçu voltaram para a onda vermelha, mas Governador Valadares, bem como toda a região Leste do estado, permaneceram na onda roxa.
Por isso, o DRD conversou com alguns valadarenses para saber quais são as expectativas em relação à decisão que determinará o avanço de todo o Leste mineiro para a onda vermelha do Plano Minas Consciente. Em entrevista, a maioria das pessoas ouvidas concorda com a mudança.
Andreia Marques, gerente de uma loja do ramo infantil, contou que a onda roxa acabou prejudicando os comerciantes ainda mais e que apoia a adesão à onda vermelha.
“Essa onda roxa está prejudicando muito. Se com tudo normal o comércio já enfrentava dificuldades, devido à crise e desemprego que enfrentávamos desde 2014, imagina agora com as portas fechadas e sendo impedidos de trabalhar. Em minha opinião, além de voltarmos para a onda vermelha, o estado deveria se comprometer a não mais fechar o comércio não essencial. Como pode alguém com o mínimo de inteligência, entre transporte público, bancos e supermercados lotados, achar que os pequenos comércios, cumprindo todos os protocolos, sejam os responsáveis pelo aumento de contaminação?”, questionou.
A empresária Jussara Gomes dos Santos, de 52 anos, dona de uma loja de flores, cestas e presentes, disse que as regras do Plano Minas Consciente deviam ser voltadas para a conscientização e que a adesão à onda vermelha pode ser uma boa saída.
“Nós, comerciantes e empresários, estamos sendo muito prejudicados por essa onda roxa e, a meu ver, as regras do plano Minas Consciente deveriam ser de conscientização das pessoas e do comportamento social. Acho que deveríamos mesmo voltar para a onda vermelha, mas com o principal foco na conscientização das pessoas. Senão, vejo uma Valadares com muitas lojas fechadas e muito desemprego”, prenuncia.
“Acho que o governador deve deixar a critério de cada prefeitura decidir com os empresários se devem ou não abrir o comércio, quais setores deverão funcionar e se adequar à realidade de cada município. Acredito que Minas deve avançar para a onda vermelha, pois as medidas da onda roxa prejudicaram muito o comércio de Valadares. Penso que é preciso conscientizar as pessoas sobre o uso da máscara, do álcool gel, da higienização da casa e ao chegar do trabalho”, comentou a professora Amanda Batista, de 38 anos.
Já o assistente administrativo Kerlisson Ferreira, de 24 anos, afirmou que, diante da atual situação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e dos leitos da cidade, voltar para a onda vermelha pode não ser a opção mais viável.
“Eu creio que voltar para a onda vermelha não seja uma boa ideia. O cenário que estamos vivendo agora pede mais prevenção e proteção. Espero que as coisas possam se normalizar, afinal, eu sei das dificuldades que os comerciantes estão passando, mas eu peguei covid-19 sem sair de casa e, vendo como estão as UTIs e leitos, creio que não seja o ideal”, contou.