Caroline Martins Sangali destaca que o Município está cobrando do Governo do Estado, até por medidas judiciais, para ter suporte imediato de medicamentos e conseguir a reativação dos dois leitos, além de manter os que estão em funcionamento
Na última segunda-feira (12) o Hospital Bom Samaritano interditou dois leitos de UTI Covid SUS, devido ao desabastecimento de medicamentos para suprir as necessidades de atendimento. Com essa situação, Valadares, que tinha 58 leitos de UTI Covid SUS em funcionamento, passou a ter 56, todos eles ocupados, como também acontece na rede particular. A secretária municipal de Saúde, Caroline Martins Sangali, revela preocupação com a situação, mas garante que o Município não está medindo esforços para tentar a reativação dos leitos.
Além de registrar taxa de ocupação máxima nos leitos de UTI Covid, Valadares ainda tem 31 pessoas aguardando a regulação do Governo do Estado, via SUS Fácil-MG, para um leito de UTI Covid.
Caroline Martins Sangali conta que o alto índice de ocupação nos leitos é uma realidade nacional e, devido à gravidade dos casos dos pacientes que ocupam esses leitos, o consumo de medicamentos e sedativos aumentou. “É com muita preocupação que recebemos a notícia da interdição desses dois leitos de UTI Covid SUS. Eles são ferramentas muito importantes dentro de todo o trabalho que vem sendo desenvolvido pela administração para combater a covid-19 na cidade. No entanto, esta é infelizmente uma realidade nacional. As UTI’s de grande parte do país estão com alto índice de ocupação, com pacientes com quadros graves. Com isso, o consumo de medicações e sedativos se torna maior. Por isso, o Município continua cobrando do Governo do Estado e da União, até mesmo por medidas judiciais, para ter de fato apoio e suporte imediato de medicamentos e do retorno desses leitos, além da manutenção dos já existentes”, disse.
A secretária de Saúde destaca que o Município tem intensificado o trabalho para conseguir os medicamentos necessários e seguir normalmente com o funcionamento dos leitos de UTI Covid SUS, apesar da dificuldade existente, pois o desabastecimento de medicamentos também é um problema nacional.
“Com relação aos medicamentos, assim como em todo o país, a Secretaria Municipal de Saúde tem intensificado as solicitações e cobranças aos fornecedores para realizar a entrega dos produtos, mas, devido ao desabastecimento nacional dos itens no mercado, os medicamentos têm sido entregues de maneira fracionada. No momento, o Hospital Municipal (HM) conta com estoque limitado de medicamentos. Importante ressaltar que esse quadro pode ser alterado à medida que os fornecedores entregarem os medicamentos e também em função do consumo diante da gravidade do quadro clínico dos pacientes. Ressaltamos que toda a equipe continua empenhada e trabalhando firme para continuar salvando vidas e garantindo a assistência a todos os pacientes”, relata a secretária.
Em contato com o Hospital Bom Samaritano, a assessoria de imprensa enviou uma nota à redação do DRD informando a atual situação de funcionamentos dos leitos. Confira a nota na íntegra:
“A Beneficência Social Bom Samaritano, mantenedora do Hospital Bom Samaritano, afirma que, com relação ao comunicado da última segunda-feira (12/4), a situação não foi alterada. Dos 28 (vinte e oito) leitos SUS de UTI Covid, 2 (dois) continuam interditados desde o dia 12/4, conforme já havíamos divulgado e comunicado às autoridades. Com relação aos medicamentos, não recebemos nenhuma remessa ou comunicado da Secretaria de Estado da Saúde ou do Ministério da Saúde. No momento, temos medicamentos suficientes para atender os 26 leitos de UTI Covid e 8 leitos de UTI Geral por 9 dias, e conseguimos uma previsão do fornecedor para entrega de Propofol (sedativo) e Fentanila (opióide) nos próximos 4 (quatro) dias”.