Lojas do Centro já funcionavam com portas semiabertas e com atendimento na porta
A flexibilização para o comércio em cidades que estão na onda vermelha do Minas Consciente começou no dia 9 de dezembro, mas se encerrou no último dia do ano de 2020. Lojistas de Valadares já se adequam para poder tentar reduzir os eventuais prejuízos de não poderem mais receber os clientes nas lojas.
No centro da cidade já foi possível ver lojas funcionando com portas semiabertas, fitas zebradas e vendedores atendendo clientes na calçada. Para vendedores e lojistas, essa situação não é considerada ideal para um bom atendimento ao cliente, já que muitos gostam de experimentar, no caso de roupas e calçados, dentre outras limitações que causam desconforto.
Rui Maurício é sócio-proprietário de uma loja de roupas na rua Israel Pinheiro, na região central de Valadares. Ele revela que, infelizmente, não poderá continuar com funcionários que estavam em contrato de experiência, pois certamente terá queda brusca na arrecadação. E lamenta a situação de restrição.
“O sentimento é de indignação e tristeza, por ver uma discriminação entre setores, a um passo que em supermercados e bancos o fluxo de pessoas normalmente é muito maior. Enquanto isso, as pequenas empresas simplesmente ficam proibidas de trabalhar. O comércio é um ciclo. Tenho que pagar os salários dos funcionários, além dos impostos de início de ano e outras despesas, que continuam da mesma forma. Eu posso dizer que é até preferível fechar as portas do que atender na calçada, pois isso não faz diferença, já que as lojas têm estrutura para atender os clientes da melhor forma possível. É um erro achar que o atendimento na calçada seja melhor que o interno, até porque as pessoas acabam de juntando nas calçadas. O sentimento é de injustiça. O que nos causa indignação e tristeza é saber que as lojas são pré-julgadas como locais de aglomeração de pessoas, enquanto supermercados e bancos sempre estão lotados de pessoas”, desabafou.
Hely Deagostini é sócio-proprietário de uma loja de calçados também na Israel Pinheiro, região central da cidade. Ele explica que não há outra alternativa e tenta pensar positivo, na torcida por uma vacina que possa dar solução a essa pandemia.
“A fiscalização passou agora na parte da tarde nos orientando como devemos trabalhar. Estamos nos adequando para atender da forma certa. O fim da flexibilização é uma pena, pois o comércio vai ter que pagar o preço novamente. Vamos esperar que possa dar tudo certo. Temos que continuar trabalhando com fé em Deus, e quem sabe, lá na frente, surja uma vacina e as coisas voltem ao normal?”, cogitou.
Sócio-proprietário de uma loja de brinquedos, também localizada na rua Israel Pinheiro, no Centro, Maxswel Dourado afirma que a situação é bem difícil para quem depende das vendas neste contexto de fim da flexibilização.
“Realmente é bem complicado vender para o cliente só na porta, e agora que todo mundo começa o ano tendo que pagar muitos impostos. Já tem gente que teve que dispensar funcionários, pois esperava um pouco mais essa flexibilização, mas infelizmente não aconteceu. Enquanto não se pode atender os clientes dentro das lojas, o que seria o ideal, em bancos e supermercados a situação é bem diferente, pois sempre tem muita gente. Deveria ter algo para rever isso”, comentou.
De acordo com as diretrizes do Minas Consciente, a onda vermelha é a mais restritiva do programa, e só serviços considerados essenciais são permitidos, como:
- Supermercados, padarias, lanchonetes, lojas de conveniência;
- Bares e restaurantes (somente para delivery ou retirada no balcão);
- Açougues, peixarias, hortifrutigranjeiros;
- Serviços de ambulantes de alimentação;
- Farmácias, drogarias, lojas de cosméticos, lavanderias, pet shop;
- Bancos, casas lotéricas, cooperativas de crédito;
- Vigilância e segurança privada;
- Serviços de reparo e manutenção;
- Lojas de informática e aparelhos de comunicação;
- Hotéis, motéis, campings, alojamentos e pensões;
- Construção civil e obras de infraestrutura;
- Comércio de veículos, peças e acessórios automotores.