Economista analisa a recessão econômica que o Brasil atravessa e prevê retomada lenta

Pelas projeções do economista e professor na Universidade Federal de Juiz de Fora (Campus GV), Thiago Costa Soares, o Brasil pode mergulhar em uma depressão econômica jamais vista nesta década. Em entrevista para o DRD o economista analisou o atual cenário econômico no Brasil e seu reflexos que atinge os principais setores da economia do mundo em razão da pandemia da covid-19.

Na visão do economista antes da pandemia, o Brasil dava sinais de evolução na economia. “Antes da crise fiscal de 2013 e 2014, o país vinha crescendo de forma significativa e com melhorias nos principais indicadores socioeconômicos, por exemplo, com aumento do índice de desenvolvimento humano, da produtividade dos fatores de produção e com redução expressiva da desigualdade de renda e da pobreza. Com o descontrole das contas públicas, houve redução do produto interno produto, dos investimentos e das expectativas de mercado em relação ao horizonte de longo prazo da economia”, disse.

Os impactos da Covid 19 foram intensos e rápidos em vários setores da economia. Por decreto, o comércio e estabelecimentos de serviços tiveram de fechar as portas em boa parte do mundo. Alguns não tiveram fôlego para retornar. A recuperação promete ser desafiadora para todos os estados.

“O cenário da pandemia emperrou a discussão das reformas e forçou o estado a gastar mais que o planejado. Por essa razão, a recuperação da economia tem sido mais lenta que o previsto”

Thiago Costa, economista e professor na Universidade Federal de Juiz de Fora (Campus GV)

Aumento no preço dos alimentos

Os efeitos da pandemia também acertou em cheio as prateleiras dos supermercados. Há preocupações com a deflação devido à paralisação das empresas e aumento do desemprego. “A recente desvalorização do real estimulou a demanda internacional por produtos agrícolas brasileiros. Com efeito, houve aumento dos preços dos principais insumos agrícolas produzidos internamente. Essa elevação impactou toda a cadeia produtiva da indústria alimentícia. Além disso, na pandemia, as pessoas têm consumido mais alimentos, o que também pressiona os preços desses itens, já que a oferta não cresce na mesma proporção no curto prazo”, disse Thiago.

Retomada será lenta e gradual

Na visão do economista as adversidades que ocorrerão no passado, o colapso na saúde, somado à dificuldade de orçamento do estado, a perspectiva é que a recuperação da economia no Brasil seja lenta e gradual. “Após a pandemia, o Brasil vai enfrentar muitos desafios para retomar o crescimento da economia. Por exemplo, o mercado ainda vê com certa desconfiança a execução da agenda de reformas do estado. Além desse ponto, a própria instabilidade política reduz as expectativas de crescimento e os investimentos de longo prazo”, concluiu.

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