O vereador da Câmara Municipal de Governador Valadares Betinho Detetive (PDT) foi condenado na quinta-feira (28), pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a 4 anos e três meses de prisão, em regime semiaberto, por crimes de estelionato, extorsão e roubo, cometidos em 2001. Em fevereiro do ano passado, o parlamentar havia sido condenado, em 1ª instância, a 13 anos de reclusão. Como recorreu, continuou atuando no Legislativo. Agora, com a decisão em 2ª instância, Betinho Detetive poderá perder o mandato.
Betinho Detetive foi eleito em outubro de 2016 para assumir uma cadeira na Câmara de Governador Valadares, com 1.972 votos. Com a decisão do TJMG, especula-se que sua vaga será deixada para o suplente, o ex-secretário municipal de Cultura Daniel Rômulo de Carvalho Rocha, mais conhecido como professor Daniel. O pedetista é servidor público municipal e obteve 1.590 votos nas últimas eleições.
Por telefone, a equipe de reportagem do jornal DIÁRIO DO RIO DOCE entrou em contato com o presidente da Câmara Municipal, Júlio Avelar (PV), que afirmou não ter chegado nenhuma notificação na portaria da Câmara. “Tem que esperar o resultado do Tribunal de Justiça. Acredito que dia 5 chega o acórdão para mim. A única coisa que posso afirmar é que, com a decisão em 2ª instância, o político perde o mandato. Mas até agora a Câmara Municipal não recebeu nada”, disse.
O presidente do PDT em Valadares, vereador Paulinho Costa, também afirmou não ter recebido notificação. “Acho melhor aguardar os próximos dias, pois ainda não estou sabendo de nada do ocorrido”, disse.
O que diz a defesa
O DIÁRIO DO RIO DOCE também entrou em contato com o advogado do vereador Betinho, Fábio Silveira, que informou que irá recorrer da decisão do TJMG, entrando com um pedido de embargo de declarações na decisão. Fábio apontou que a decisão do juiz não levou em consideração a principal tese apresentada pela defesa. “A gente tinha certeza de que o provimento seria total para a reforma da sentença. Ao nosso ver, a tese não foi analisada pelo Tribunal, e por isso será feito um recurso no próprio Tribunal, para que apreciem a nossa tese para a absolvição. Caso precise, levaremos também nossa defesa ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou ao Supremo Tribunal Federal (STF)”, defende.
Sobre o desenrolar do processo em liberdade e sua atuação na Câmara Municipal, Fábio afirmou que Betinho continuará exercendo seu mandato normalmente. “O crime foi cometido no ano de 2001; não tem nada a ver com seu mandato de vereador. Ele está solto, responde ao processo em liberdade, de modo que não tem motivo para ele se afastar do cargo atual na câmara”, disse.