GOVERNADOR VALADARES – Governador Valadares enfrenta uma preocupante queda na cobertura vacinal infantil. Apesar de contar com todas as vacinas disponíveis gratuitamente nas salas de imunização, conforme estabelece o Plano Nacional de Imunização (PNI), os dados mostram que o município está longe de atingir os percentuais recomendados pelo Ministério da Saúde, que variam de 90% a 95%, dependendo do imunizante.
A situação levanta um alerta sobre o risco de reintrodução de doenças já erradicadas, como a poliomielite e o sarampo. Entre os principais problemas identificados está a ausência de crianças nas unidades de saúde, o não comparecimento às campanhas extramuros e a baixa adesão de pais e responsáveis.
Imunizantes com baixa cobertura
Entre janeiro e abril de 2025, a vacina Pentavalente, que protege contra cinco doenças — entre elas a difteria e a hepatite B —, foi aplicada em apenas 74,15% das crianças menores de um ano, que deveriam recebê-la aos 2, 4 e 6 meses de idade.
Outro destaque negativo é a Vacina Inativada Poliomielite (VIP), que protege contra a paralisia infantil. Apenas 74,60% das crianças receberam as três doses básicas, e apenas 73,89% tomaram o reforço aos 15 meses — muito abaixo dos 95% recomendados.
A vacina Tríplice Viral, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola, também apresenta baixos índices. A primeira dose foi aplicada em 82,89% das crianças, mas a segunda dose, necessária para a imunização completa, caiu para 66,40%.
Outros imunizantes também estão com índices abaixo do ideal:
- Hepatite A: 75,85% de cobertura
- DPT (Tríplice Bacteriana Infantil): 73,44% no primeiro reforço
- Febre amarela: 78,79%
- Meningocócica C/ACWY: 72,99%
- Pneumo 10: 77,18%
- Rotavírus: 72,55%
- Varicela (catapora): apenas 45,54% — o pior índice registrado
Conforme a Secretaria de Saúde, a baixa cobertura da varicela é atribuída à falta do imunizante em várias cidades do país, inclusive em Valadares, nos primeiros meses do ano.
Ações e orientações
Diante do cenário, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem intensificado as ações para ampliar a cobertura vacinal. As estratégias incluem busca ativa de crianças não vacinadas, campanhas educativas, vacinação extramuros em escolas e comunidades, além da verificação e atualização das cadernetas de vacinação.
Entretanto, os profissionais de saúde reforçam que o papel dos pais e responsáveis é essencial para mudar esse quadro.















