O mistério do desaparecimento do valadarense Eliseu Teixeira Mendes, de 46 anos, ganha novos capítulos. Desta vez, a família de Eliseu culpa a companhia aérea de não ter dado o suporte necessário ao passageiro, após ele ter passado mal dentro da aeronave. Edson Teixeira, irmão de Eliseu, afirmou que faltou responsabilidade da companhia aérea ao não informar à família o que estava acontecendo com o passageiro. Ao DRD, a companhia Latam Airlines Brasil informou que Eliseu não compareceu ao voo no dia seguinte, após ter passado mal dentro da aeronave. Hoje, sexta-feira (6), completa cinco dias que Eliseu está desaparecido.
Entenda
Eliseu saiu de Lisboa (Portugal) para retornar a Governador Valadares no último domingo (1). Ele faria uma conexão no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e pousaria no Aeroporto de Confins, onde se encontraria com a família. Mas cinco dias se passaram e a família de Eliseu não tem informações sobre seu paradeiro.
Segundo familiares, ele teve uma crise de ansiedade durante o voo e precisou receber atendimento médico no Aeroporto de Guarulhos. A companhia aérea Latam Airlines o levou para um ambulatório médico e em seguida custeou a hospedagem do passageiro em um hotel no bairro Vila Maranduba, para no dia seguinte embarcar em outro avião. No entanto, Eliseu não compareceu ao aeroporto. Depois disso, não foi mais visto, nem no hotel onde estava hospedado. As únicas coisas que chegaram a Confins foram as malas do passageiro.
De acordo com a família, na terça-feira (3) populares acharam a mochila de Eliseu com documentos e passaporte próximo a uma pizzaria no bairro Vila Maranduba. A mochila foi entregue para a polícia. O caso está sendo investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa – DHPP.
O que diz a empresa
Em nota, a Latam Brasil lamentou o ocorrido, mas ressaltou que deu o suporte necessário para que o passageiro pudesse retornar para o aeroporto e embarcar no próximo voo. Veja:
“A LATAM Brasil se sensibiliza com o ocorrido e informa que prestou toda a assistência necessária ao Sr. Eliseu Mendes, que necessitou de atendimento médico após mal-estar a bordo. Após ser liberado pela equipe médica, foi realizada a reacomodação do cliente no voo LA 4625 (São Paulo/Guarulhos-Confins) do dia seguinte (2 de agosto). O Sr. Eliseu recebeu da companhia todas as assistências necessárias para a sua acomodação em São Paulo, como transporte e hotel. Por fim, a companhia informa que no dia seguinte o cliente não compareceu ao voo e que as suas malas se encontram no setor de LL (lost luggage) de Confins, conforme informado à Srª Eliana, prima do Sr. Eliseu”
LATAM Brasil
A LATAM informou que Eliseu não solicitou em sua reserva qualquer acompanhamento especial/adicional. Apesar do esclarecimento da empresa, Edson Teixeira acredita que o desaparecimento do irmão seja culpa da companhia.
“É claro que é culpa deles [Latam Brasil]. Medicaram ele com clonazepan, um remédio que deixa a pessoa meio tonta e desorientada. Do aeroporto, eles levaram ele para um hotel. Todo esse translado é de responsabilidade da empresa. Quando ele fez o chek-in no hotel, já era quase meia-noite. Eles tinham que colocar ele no voo às 7 horas da manhã. Mas não fizeram nada e não informaram nada para a família. A gente teve acesso às imagens do hotel e vimos que ele saiu do quarto às 3 da madrugada e foi pra rua. Depois disso, ninguém viu ele mais. Só a mochila com os documentos que foram encontrados depois perto de uma pizzaria. Eu acho que também houve erro do hotel em não impedir que ele saísse naquele estado ou ligasse para alguém da família. Tenho certeza que meu irmão não estava normal naquele momento. O que sabemos é que, quando ele estava embarcando para o Brasil, estava de calça jeans e blusa preta”, contou.
Outra hipótese apontada por Edson é que o irmão tenha surtado ou fugido de alguém. “Realmente, será um pouco mais difícil de encontrar ele, porque achamos que esteja fugindo de alguém. A gente imagina que ele tenha surtado depois de sair do avião. Ele não faz contato com a família porque acho que está meio confuso ainda”, disse.
Edson disse que a família vai acionar a Justiça para tomar as medidas cabíveis. “Após tudo isso passar, eles terão que ser responsabilizados, mas o objetivo principal agora é conseguir localizar meu irmão”, declarou.