Gabriel Passos assina contrato de 3 anos com o Grêmio
GOVERNADOR VALADARES – O valadarense Gabriel Passos, de apenas 17 anos, assinou o seu primeiro contrato profissional com o Grêmio. O jovem atacante chegou ao Tricolor em 2021. E, segundo o clube, o contrato tem duração até final de 2026. Ao DIÁRIO DO RIO DOCE,Gabriel contou um pouco sobre a nova fase da carreira e a trajetória que percorreu na categoria de base até chegar ao Grêmio.
“A gente sempre quer chegar no profissional; esse é um dos meus objetivos aqui. Eu quero sim chegar no profissional e ter as oportunidades lá. Agora eu estou focado aqui no sub-17. Vou continuar treinando firme, mantendo um bom nível de treino para, na hora certa, quando Deus permitir, e o Renato [Gaúcho] me chamar, eu poder aproveitar essas oportunidades. Eu fico muito feliz e grato por tudo, porque agora eu vejo que tudo que eu sacrifiquei antes, que foi ficar longe da minha família, dos meus amigos, eu estou vendo o resultado agora”, disse Gabriel Passos.
Como tudo começou
Gabriel começou a trilhar os primeiros passos rumo ao sonho de se tornar um jogador profissional aos 13 anos, quando ainda jogava pelo Clube Filadélfia, em Valadares. Durante a disputa de uma competição na cidade de Teófilo Otoni, um olheiro viu em Gabriel o potencial para se tornar jogador e o convidou para fazer testes na base do Atlético Mineiro.
“Um pouco antes de eu receber a notícia que eu ia para o Galo, eu participei de um campeonato em Teófilo Otoni, pelo Clube Filadélfia, e nesse campeonato tinha um olheiro lá. Nos jogos eu fui muito bem, joguei muito bem. E uma semana depois, minha mãe me disse que eu poderia ter a oportunidade de ir para o Galo. Foi aí que a gente teve que conversar, se era isso mesmo que eu queria, e eu falei que sim, que eu queria ser jogador”, disse Gabriel.
No país do futebol, o sonho de se tornar um jogador profissional é um desejo compartilhado por milhares de meninos e meninas de Norte a Sul do Brasil, e com Gabriel Passos isso também não foi diferente. Mas para que o sonho ficasse mais perto de se tornar realidade, o jovem precisou ficar mais longe dos pais.
Desafios
“Sempre foi muito difícil ficar longe, principalmente, nos primeiros dias. Eu, com 13 anos, ainda era muito apegado aos meus pais. Eu era muito novo quando fui morar longe deles, e pra mim foi muito difícil. Acho até que de certa forma me afetou psicologicamente quando estava no Atlético. Nessa época, eu sempre procurava ir para Valadares quando eu podia ou tinha uma folga”.
Em julho de 2019, Gabriel já morava em Belo Horizonte e estava treinando no time de base do Atlético. O valadarense chegou a participar de amistosos e competições junto com o grupo, mas pouco tempo depois sofreu uma lesão, conhecida como dor de crescimento no joelho, que o deixou fora dos treinos por pelo menos 5 meses. Além disso, no meio do caminho surgiu a pandemia da covid-19 e Gabriel teve que voltar para Governador Valadares. Em 2021, quando a situação passou a retomar uma normalidade, Gabriel tentou voltar para o Atlético, mas acabou sendo dispensado por estar abaixo do desempenho do resto do grupo, que na época era o sub-15.
Apesar disso, Gabriel permaneceu em Belo Horizonte e por lá começou a treinar no Arena 7. Durante três meses, ele focou em treinar para recuperar o ritmo de jogo até que surgiu a oportunidade de fazer um teste para entrar no Grêmio. A seleção durou por volta de três semanas. Então no dia 1º de dezembro de 2021 ele recebeu a notícia que tinha sido aprovado para fazer parte do sub-17 do Grêmio.
“Eu sempre mantive o foco, continuei treinando firme e sempre dei o meu máximo e aqui eles prezam muito por isso, a raça, a vontade, nunca desistir, resiliência. Acho que eu sempre tive isso”, destacou Gabriel.
Rotina intensa
Morando no Centro de Treinamento (CT) do Grêmio, a rotina do jogador é intensa e bem disciplinada. De segunda a sábado, a parte da manhã é reservada para o treino, que começa às 9h. À tarde, depois das 13h até as 18h, o compromisso é com os estudos, que acontecem em uma escola perto do CT, de segunda a sexta. Desde que foi aprovado na seletiva, a cidade de Eldorado do Sul (RS) se tornou de forma oficial a segunda casa de Gabriel.
“Aqui é muito frio. No começo eu me assustei com o frio, aí em Valadares é muito quente, de uns trinta e poucos graus. Quando cheguei aqui no começo do ano, ainda estava tranquilo, aí em julho começou a esfriar, um frio de 7ºC que eu nunca tinha sentido. Isso foi muito estranho pra mim, porque na hora do treino eu tinha que treinar de calça, luva, touca pra vê se aguentava o frio. Mas agora tá tranquilo, já me acostumei”, revelou Gabriel.
Próximo de completar dois anos no Grêmio, Gabriel vê essa nova fase na carreira com os pés no chão. O jogador sabe que ainda há muito caminho pela frente e quer estar preparado quando a oportunidade de mostrar sua velocidade e os seus dribles em campo surgir. Enquanto isso, o foco é treinamento e nas competições das categorias de base.
“É uma nova etapa, a cobrança vai ser pior e agora começa tudo de novo, uma nova etapa. Querendo ou não eu posso ser chamado a qualquer momento [para o time principal], mas é só mais para frente, agora estou focado aqui no sub-17”, destacou o valadarense que foi campeão do Campeonato Gaúcho sub-17 no mês passado.
