Congresso promoveu diálogos sobre mineração, ciência cidadã e preservação ambiental
GOVERNADOR VALADARES – Com o objetivo de estimular discussões envolvendo a temática “O futuro da humanidade: sustentabilidade em questão”, o 20º Congresso Nacional de Meio Ambiente de Poços de Caldas foi realizado nos dias 19, 20, 21 e 22 de setembro e contou com a participação de professores e discentes do Mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT) da UNIVALE e de diversos outros cursos da instituição. Os grandes destaques da edição foram os trabalhos científicos realizados por pesquisadores de todo o Brasil. E a comunidade acadêmica da UNIVALE pôde contribuir com 19 publicações, agregando alcance e visibilidade para as suas produções.
A grande ponte entre o evento e a Universidade foi o curso de Engenharia Civil e Ambiental. O curso reforça o compromisso e a importância desse encontro em abordar as pluralidades dos temas, levantando questões sobre a área ambiental de todo o país. O Congresso é uma realização da GSC Eventos Especiais com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho (IF Sul de Minas) e apoio institucional da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e Universidade do Vale do Rio Verde (UninCor).
A participação da UNIVALE e do Mestrado GIT
Dentro do tema proposto pelo Congresso houve o painel de abertura “Mineração: o que cabe em uma área de risco”, com a participação do professor interno do Observatório Interdisciplinar do Território (OBIT), Hernani Santana. Ele também é coordenador do curso de Engenharia Civil e Ambiental da UNIVALE. Além dele, também houve a colaboração dos professores Bruno Milanez (UFJF), Bianca Pataro (PUC Minas) e da jornalista Cristina Serra. Para ele, participar desses debates é de extrema importância, visto que ter acesso à referência nacional do evento pode ampliar e impulsionar avanços nas suas respectivas áreas de atuação.
“Entendo que há necessidade em promover a conscientização a respeito da mineração. É nosso dever fomentar diálogos entre especialistas, reguladores e atingidos, além de compartilhar conhecimentos e provocações para que a sociedade civil busque seus espaços, sendo protagonista nas decisões que envolvem segurança e responsabilidade nesse processo. Nosso painel abordou diferentes olhares, estudos e experiências com os convidados, ativistas na causa da mineração e com suas experiências em áreas distintas. Além de contar com a presença de uma atingida e defensora dos direitos humanos”, explicou Hernani.
Minicursos
Na manhã do dia 20 (quarta-feira) aconteceu o minicurso sobre ciência cidadã, com o professor Hernani e a professora Renata Campos, do curso de Engenharia Civil e Ambiental da UNIVALE e do GIT. Foram compartilhadas experiências realizadas no Laboratório Cidadão de Ecologia do Adoecimento e Saúde dos Territórios (Leas), com estudantes e pesquisadores de todo o Brasil. Aliás foram mais de 20 participantes, de educação básica, graduação e pós-graduação de diversas universidades. Momento em que os docentes puderam partilhar um rico espaço de troca.
“A ciência cidadã é uma perspectiva que se apresenta, de fazer e produzir conhecimento científico envolvendo os cidadãos que não são pesquisadores profissionais. E esse processo é super interessante para as temáticas ambientais. Pois são as pessoas que conhecem os respectivos ambientes onde elas vivem. O pesquisador que está dentro da universidade amplia possibilidades de construção do conhecimento quando as pessoas que estão inseridas diretamente no ambiente participam desse processo. O pesquisador se torna mais cidadão e os cidadãos, que não são pesquisadores, se aproximam da universidade”, explicou Renata.
Além do minicurso sobre ciência cidadã, o Congresso também contou com a participação da professora dos cursos de Arquitetura e Engenharia Civil e Ambiental, Barbara Campos, sobre “Eficiência energética com uso de brises e proteção solar. Um estudo da geometria da insolação. “A importância de participar e abordar essa temática está relacionada ao impacto significativo que a eficiência energética na arquitetura pode ter no meio ambiente. Reduzir o consumo de energia em edifícios não apenas economiza recursos, mas também contribui para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa. Isso promove o uso sustentável dos recursos naturais, tornando os edifícios mais amigáveis e economicamente viáveis a longo prazo”, contou.
A contribuição de discentes
A participação da UNIVALE no Congresso aconteceu de maneira diversa. Um exemplo é o minicurso de ciência cidadã e o painel envolvendo temáticas da mineração. A estudante do 5º período de Biomedicina da UNIVALE Bianca Gaigher Uzais, por exemplo, apresentou o trabalho “Tratamento alternativo de efluentes: promovendo a saúde e preservando o meio ambiente”. O projeto envolveu uma análise comparativa entre o modelo de tratamento de efluentes com lodo ativado e a tecnologia nereda, para compreender qual dos dois modelos gera menos impacto no meio ambiente e na saúde.
“Acredito que a importância de abordar essa temática é para tornar visível a atuação do biomédico nas esferas do saneamento básico. Uma vez que temos o dever de assegurar a saúde da população atrelada à preservação do ambiente em que ela está inserida. Pretendo seguir na carreira da docência. Portanto participar de congressos como esse me permite enriquecer conhecimentos, criar vínculos e expandir meus horizontes. Dessa forma, vejo que somos capazes de construir ricas parcerias para a realização de novas pesquisas, devolvendo conhecimento para a sociedade”, comentou Bianca.