6º período de Medicina teve uma aula preparatória para o internato em Maxakali, conhecendo um pouco mais sobre a língua falada
Por Roberto Carlos de Oliveira, professor da Univale
Os estudantes do 6º período de Medicina da Univale realizaram uma aula preparatória para o internato, com uma roda de conversa com duas mulheres da liderança Maxakali para o desenvolvimento de um roteiro bilíngue, para ser aplicado durante as consultas voltadas à saúde da mulher. A finalidade do encontro é poder criar espaços de diálogo que proporcionem percepções sobre as necessidades das mulheres Maxakali no Ambulatório Médico de Especialidades (AME).
Para atender as especificidades culturais, epidemiológicas e geográficas dos 305 povos indígenas, falantes de 274 línguas no Brasil, foi instituído pela Lei 9.836 de 1999 um modelo complementar e diferenciado de organização dos serviços de atenção básica, denominado Subsistema de Atenção à Saúde Indígena e componente do Sistema Único de Saúde (SasiSUS). Nesse subsistema, a maioria dos agravos à saúde indígena deve ser resolvida na atenção básica e os casos mais complexos são encaminhados para a rede de serviços de média e alta complexidade do SUS.
O acesso à saúde é um direito e lutar por isso junto com os Maxakali é um dever de todos aqueles que trabalham com e para povos indígenas, resguardando a ética necessária para o desenvolvimento de produtos desta natureza. É natural que este roteiro seja sucedido por outras iniciativas envolvendo todos os cursos da área da saúde da UNIVALE, seguindo essa experiência pioneira e inovadora.
A grande diversidade sociocultural dos pacientes indígenas e o despreparo dos serviços de saúde para lidar com essas diferenças são desafios a serem vencidos pela média e alta complexidade no atendimento. As ações de saúde precisam ser adaptadas às peculiaridades socioculturais, epidemiológicas, demográficas e linguísticas das diversas etnias indígenas. A busca desta atenção diferenciada desafiou o Módulo Saúde e Sociedade VI, do curso de Medicina da UNIVALE, a desenvolver a proposta de construir e formar vínculo com pacientes indígenas Maxakali atendidos no AME, além de resolver um problema no contexto das interfaces saúde, cultura e modo de vida.
