O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau) quer que a Ford reveja a decisão de fechar as fábricas no Brasil e mantenha os empregos. Segundo o presidente do Sindicato, Cláudio Batista, os trabalhadores foram “pegos de surpresa” com a decisão anunciada na segunda-feira (11).
Além da planta de Taubaté, a Ford vai fechar a fábrica de Camaçari, na Bahia. A fábrica da Troller, em Horizonte (CE), vai encerrar as atividades até o fim deste ano. Serão mantidos, entretanto, a sede administrativa para a América do Sul em São Paulo, o Centro de Desenvolvimento de Produto na Bahia e o Campo de Provas em Tatuí (SP). A produção de veículos na região ficará concentrada na Argentina e no Uruguai.
Manutenção de empregos
“O sindicato vai fazer toda luta necessária para tentar reverter essa situação”, disse Batista. De acordo com ele, os 830 funcionários da fábrica em Taubaté tinham estabilidade no emprego até o fim de 2021, devido a um acordo de redução de jornada e salários feito no ano passado, em razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19). A unidade da montadora na cidade está há 53 anos de atividade.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) evitou comentar diretamente as razões e os impactos do fechamento das fábricas no Brasil. “A Anfavea não vai comentar sobre o tema. Trata-se de uma decisão estratégica global de uma das nossas associadas. Respeitamos e lamentamos”, disse a entidade em nota.
No entanto, a associação comentou que os custos de produção têm afetado as montadoras no país. “Isso corrobora o que a entidade vem alertando há mais de um ano, sobre a ociosidade da indústria (local e global) e a falta de medidas que reduzam o Custo Brasil”. (Daniel Mello/Agência Brasil)