Setembro Dourado: oncologista valadarense alerta pais sobre o câncer infantojuvenil

Segundo a doutora, ao contrário do câncer em adultos, o infantil não está relacionado a fatores ambientais ou hábitos de vida. Por isso, a melhor prevenção é o diagnóstico precoce.

O Setembro Dourado é uma campanha nacional que acontece todos os anos, com o intuito de conscientizar a população e alertar, principalmente os pais, sobre o câncer infantojuvenil, que atinge pessoas de 0 a 19 anos. Durante todo o mês de setembro, profissionais da saúde ampliam os debates sobre o assunto.

A ideia é chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce da doença, que podem aumentar as chances de cura em até 80%. Além disso, quando ele é feito ainda no período inicial da doença, o tratamento pode ser menos agressivo, o que preserva a qualidade de vida dos pacientes.

Por isso, a equipe do DRD conversou com a doutora Mariana Ladeia, de 30 anos, oncologista do Núcleo de Especialistas em Oncologia – NEO. Ela contou que, ao contrário do câncer em adultos, o infantil não está relacionado a fatores ambientais ou hábitos de vida, como radiação solar ou tabagismo. Por isso, ainda não existe uma prevenção.

“O câncer infantojuvenil é definido como um grupo de doenças neoplásicas que tem em comum a proliferação descontrolada de alguma célula, podendo ocorrer em diferentes partes do organismo da criança ou adolescente. Infelizmente até o momento não existem estudos que confirmem a associação entre o aparecimento do câncer e alguma mudança no estilo de vida do paciente. Portanto, com o diagnóstico precoce, a taxa de sucesso no tratamento é de até 80% dos casos”.

Mariana Ladeia, médica oncologista

Estatísticas

De acordo com a doutora Mariana, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou uma estimativa que ao fim de 2020 serão diagnosticados em Minas Gerais 8.460 novos casos de câncer infantojuvenis, sendo a previsão de 2.506 mortes decorrentes desta doença.

Quais os sintomas da doença?

Atenção, pais! Os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil podem ser confundidos com os de outras doenças comuns na infância. No entanto a doutora Mariana recomendou que os pais estejam atentos, principalmente, aos seguintes sinais:

  • Perda de peso inexplicável
  • Dor óssea ou articular intensa
  • Cefaleia e vômitos (que não passam com medicação)
  • Distensão abdominal
  • Alterações oculares ou sensitivas
  • Aumento de “caroços” por todo o corpo
  • Manchas avermelhadas ou roxas que aparecem sem motivo aparente
  • Febre persistente sem relação com alguma infecção
  • Cansaço e palidez ou infecções frequentes que indiquem uma imunidade mais baixa.

Como agir quando reparar sintomas na criança?

Ainda de acordo com a oncologista, a recomendação é que, diante de qualquer um dos sintomas, seja feita uma avaliação criteriosa da criança, com exame físico detalhado, bem como exames laboratoriais, de imagem e análise do histórico familiar: “Os pais devem valorizar as queixas dos seus filhos e procurar atendimento médico o mais breve possível. Deve ser feito um acompanhamento médico regular com um especialista em pacientes com essa faixa etária. É importante também que os pais cobrem dos profissionais de saúde, para que estes investiguem com seriedade cada queixa apresentada e solicite os exames diagnósticos em casos suspeitos”, explicou a doutora.

Tratamento

Por fim, a doutora Mariana Ladeia disse que o tratamento do câncer infantojuvenil pode ser feito por três métodos: cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, de forma associada ou isolada. Entretanto a resposta positiva está relacionada ao estágio em que a doença começa a ser tratada.

“O tratamento é individualizado para cada paciente, levando em consideração a extensão da doença, o órgão acometido, o tipo histológico e principalmente a situação clínica do paciente. As três principais modalidades terapêuticas são: quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Esse tratamento deverá ser realizado em um centro especializado, que possa dar apoio multidisciplinar de diversos especialistas (assistente social, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, dentistas …) quando necessário. O objetivo além da cura do paciente, tem que ser uma abordagem completa do doente e uma melhora em sua qualidade de vida”.

Mariana Ladeia, médica oncologista

Então, apesar da campanha ser feita durante o mês de setembro, todos os dias pais e responsáveis por crianças devem prestar mais atenção em possíveis sintomas do câncer infantil, porque o quanto antes for diagnosticado, mais fácil será o tratamento para o paciente.

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