Devido a pandemia, a procura pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) aumentou bastante. Em Valadares, são cerca de 850 ligações recebidas por mês.
A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza em todo o país, desde 2014, a Campanha Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é a data oficial do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Inclusive a campanha acontece durante todo o ano.
Uma das associações que mais contribui para a prevenção do suicídio no Brasil e presta serviço gratuito de apoio emocional é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que foi fundado em São Paulo na década de 1960. Atualmente, o CVV possui cerca de 3.600 voluntários espalhados pelo Brasil afora, em 24 estados e no Distrito Federal.
O CVV atende em Valadares?
Sim! Além dos atendimentos pelo 188, o Centro de Valorização da Vida disponibiliza diversos materiais e apresentações para empresas e escolas da cidade, com temas como bullying, ansiedade, álcool, drogas. O CVV também promove campanhas nas ruas da cidade, principalmente no mês de setembro.
Entretanto, devido a pandemia da Covid-19, essas ações, principalmente as que envolvem aglomeração, não puderam ser realizadas este ano. De acordo com Ronaldo Loyola, de 59 anos, voluntário do CVV em Valadares, com o período de isolamento social, a procura por ajuda na cidade aumentou bastante. Por isso, os voluntários estão focados em ampliar o atendimento das ligações.
“Devido a pandemia, a procura [pelo CVV] cresceu muito. Atualmente, somos 35 voluntários [em Valadares]. Os atendimentos são em plantões de 4 horas, uma vez por semana. Estamos atendendo em Valadares, em média, 850 ligações por mês, e a demanda continua em uma crescente. Então vamos concentrar nossos esforços para ampliar o atendimento”.
Ronaldo Loyola, voluntário CVV
Além disso, Ronaldo ainda contou que o Centro de Valorização da Vida disponibiliza um curso de formação de vonluntários. Com a alta demanda em Valadares, o CVV espera concluir em breve as formações dos novos voluntários, para que eles possam ajudar nos atendimentos. “Como nosso foco são os atendimentos, vamos concluir a formação de novos voluntários, que já está em andamento. Ela começou presencial, mas, por causa da pandemia, o CVV teve que desenvolver um sistema EAD. Por isso, eles vão terminar a formação a distancia e, logo após, já iniciarão os atendimentos”.
Efeito coronavírus na saúde mental
De acordo com o CVV, as mudanças sociais provocadas pela pandemia causaram um aumento das pressões emocionais. O medo da doença e as perdas decorrentes da Covid-19 são alguns dos desafios. Por isso, a conscientização é essencial para reduzir os índices de suicídio no país.
Uma pesquisa divulgada pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), feita com 1.460 pessoas, em 23 estados, mostrou que os casos de depressão aumentaram em 90%, considerando um intervalo de menos de um mês, devido as medidas de isolamento social para combater a Covid-19.
Como buscar ajuda?
Os meios de buscar atendimentos no CVV são dois: através do telefone 188, para todo o Brasil, ou por e-mail pelo site cvv.org.br. Além disso, o site setembroamarelo.com também disponibiliza materiais sobre prevenção ao suicídio, como a cartilha “Suicídio Informando para prevenir“, que mostra como o paciente deve ser abordado, como detectar e os mitos sobre um comportamento suicida, entre outros assuntos.