Cerca de 300 prefeitos de todas as regiões do Estado participaram de reunião online promovida pela Associação Mineira de Municípios (AMM) com os três senadores mineiros – Rodrigo Pacheco, Antonio Anastasia e Carlos Viana – para apresentação das demandas municipalistas mais urgentes ao enfrentamento da pandemia. O encontro online, comandado pelo presidente da entidade, Julvan Lacerda, aconteceu na manhã de ontem (23).
Foram reivindicadas, principalmente, ações unificadas de combate à pandemia, aceleração da vacinação e do fornecimento de kits intubação. Além das medidas de combate ao Covid-19, também foram questionados pelos prefeitos os fechamentos de agências do Banco do Brasil, o uso dos recursos do Fundeb, a aplicação dos recursos na Educação; indagações sobre a nova lei de licitações. A aprovação do 1% do FPM em setembro para auxiliar os municípios no período de pouca arrecadação, também foi pauta, além de solicitação de um novo auxílio emergencial.
Julvan destacou que é preciso o apoio do Senado, ainda mais reforçando o Pacheco como presidente no Congresso Nacional, o que fortalece a representação de Minas Gerais em Brasília. “A união dos municípios é o nosso estado, e os senadores defendem o estado na federação. Queremos continuar com a voz altiva e forte, defendendo os interesses de Minas e dos municípios. A força desses três, com os quais sempre pudemos contar na luta municipalista, é muito importante pra nós”, disse.
Ele reforçou também que é importante destacar que a luta municipalista é em prol de todos e para resolver problemas comuns dos municípios mineiros. “Não se envolver nas bandeiras político partidárias: é assim que deve ser a nossa pauta municipalista. A gente se une em busca de um propósito só, e a AMM tem que ser isso: todos com a sua visão, mas com um objetivo único”.
Rodrigo Pacheco, atual presidente do Senado, se comprometeu a formalizar documento da bancada acolhendo as reivindicações da AMM, e convidar para uma reunião o presidente do Banco do Brasil, FNDE, ministro da saúde, com o presidente da Associação. “Essas são questões do municipalismo brasileiro, em regra, são pautas macro do municipalismo. Vamos formalizar os ofícios para entregar as reivindicações e dar a liberdade de nos acionar para participar dessa investida republicana para a solução dos problemas dos municípios”, disse.
Em seu pronunciamento, o presidente do Senado reafirmou seu compromisso com o municipalismo. “Minas sempre ficou aquém dos outros estados e é hora de equilibrarmos esse jogo. E, neste momento, precisamos de paciência e mais ações efetivas, para que possamos dar vazão a essas reivindicações elencadas pela AMM”, disse.
Sobre a atuação do governo federal no combate à pandemia, Pacheco destacou que era importante que tivesse havido uma coordenação geral, técnico-cientifica para fazer os encaminhamentos necessários. “Acabou que houve uma intensificação da polarização política, que atrapalhou o enfrentamento da pandemia. Agora precisamos corrigir erros do passado e tentar acertar no futuro. Mas temos hoje uma realidade de expectativa de sair dessa crise, que é a vacinação”, disse. Ele se comprometeu a levar as demandas recolhidas e avançar o mais rapidamente possível para que seja possível dar vazão às demandas e solucioná-las.
Representatividade
O fato do senador Rodrigo Pacheco ser o novo presidente do Senado foi visto pelos prefeitos como uma forma de aumentar a representatividade do estado no cenário político nacional, já que há mais de 40 anos não se tinha um mineiro no cargo.
Para o senador Antonio Anastasia, a eleição de Rodrigo Pacheco é um momento importante e estratégico para o estado. “No momento em que elegemos Pacheco para presidir, demos upgrade na posição política de Minas Gerais no Senado. Valor imenso, porque a voz do estado passa a ser ouvida com mais veemência”, destacou. Sobre o enfrentamento da pandemia, Anastasia destacou um ponto que dificultou mais ainda para os municípios mineiros o enfrentamento da pandemia: o atraso nos repasses da saúde por parte do governo estadual em 2018. “Isso criou ainda mais instabilidade e fragilidade na esfera municipal”, disse.
O senador Carlos Viana também destacou as questões estruturais demandadas por vários prefeitos durante a reunião. “Minas Gerais ficou muito tempo fora das questões estratégicas, por isso os senadores precisam estar unidos e prontos a entender os rumos e fazer com que o estado não fique alheio a esses fluxos. (..) Dentro do orçamento, temos uma posição muito importante que não vamos permitir que as grandes obras sejam colocadas em segundo plano como foram”.
Reuniões
Além dessa reunião organizada pela AMM com os senadores, na próxima semana os prefeitos mineiros terão a oportunidade de apresentar suas demandas à bancada mineira de deputados federais, na próxima terça-feira (27), às 9h30.
E para tratar dos assuntos estaduais, na quinta-feira (29), às 16h30, com o governador Romeu Zema (Novo) e o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus.