A Univale realiza entre quinta e sexta-feira (dias 29 e 30) o 5º Seminário Internacional Ligações Migratórias Contemporâneas, com organização do Núcleo de Estudos sobre Desenvolvimento Regional (Neder) e do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT). Coordenadora do Seminário, a professora Sueli Siqueira – uma referência nacional em estudos migratórios – salienta que os debates tratarão de questões locais, mas também dos contextos globais acerca de deslocamentos humanos.
“Não tem como abordar o local, sem pensar no contexto global. Toda nossa temática trabalha as questões estruturais que definem esses fluxos migratórios. E são questões não só nacionais, são questões que envolvem aspectos internacionais também. Como estamos aqui, a gente aborda as questões locais, porque o GIT estuda o território de um modo geral, mas trabalhando as questões locais. O evento trabalha os aspectos locais, dentro do contexto global da mobilidade humana, que são os movimentos migratórios”, afirmou a professora.
A palestra de abertura será às 19h30 de quinta-feira, com o migrólogo português Jorge Macaísta Malheiros – do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (Igot), da Universidade de Lisboa (UL) – falando a respeito das novas modalidades migratórias do Século XXI. Em seguida haverá o lançamento do livro “Conflitos no campo – Brasil 2022”, organizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Na sexta-feira serão realizadas duas mesas redondas. A primeira, às 9h, traz o tema “Repensando mobilidades e imobilidades de brasileiros pelo mundo”, e a segunda, às 14h, discutirá “Abordagens interseccionais nas migrações contemporâneas do e para o Brasil”. Os debates serão feitos por professores de instituições como Univale, Igot/UL, UFJF-GV, PUC-MG, Ufes e Cefet-MG, e em pauta estarão temas como transformações nos territórios para onde os brasileiros vão, condições dos movimentos migratórios e deportações.
“Deportação sempre existiu, desde a década de 1960 a gente tem notícia. Mas isso se intensifica ou reduz de acordo com a demanda do mercado de trabalho lá. Quando eles têm um mercado de trabalho que demanda muita mão de obra, eles afrouxam mais isso. Mas quando há crise na economia e não há necessidade de mão de obra, o migrante não é desejado e aumentam as deportações. E recentemente também houve questões ligadas à xenofobia durante o governo de Donald Trump, não observando questões relacionadas aos direitos humanos nessas deportações”, comentou Sueli Siqueira.