SÃO PAULO – A Corrida Internacional de São Silvestre chega à sua 100ª edição em 2025 consolidada como a maior corrida de rua da América Latina. O evento histórico bate recorde de participação, com 55 mil inscritos, entre atletas profissionais e amadores, além de cerca de 300 corredores PCDs, reafirmando o caráter inclusivo da prova que atravessa gerações. A corrida acontece no dia 31 de dezembro, com largada oficial às 8h05, mantendo a tradição que marca o encerramento do ano esportivo no Brasil.
A premiação total em dinheiro da edição centenária chega a R$ 295.160, contemplando os seis primeiros colocados das categorias elite masculina e feminina. O campeão recebe R$ 62.600, seguido por R$ 31.300 para o segundo lugar e R$ 18.800 para o terceiro. O 4º lugar recebe R$ 15.050, seguido pelo 5º colocado, que garante R$ 12.550, enquanto o 6º lugar é premiado com R$ 7.450.
Criada em 1925 pelo jornalista Cásper Líbero, a São Silvestre se reinventou ao longo de um século sem perder relevância. Para marcar o centenário, a Avenida Paulista recebeu painéis com fotos históricas da corrida, instalados entre as esquinas da Rua Joaquim Eugênio de Lima e a Rua Augusta, resgatando momentos marcantes da trajetória da prova.
O percurso de 15 quilômetros mantém o tradicional trajeto pela capital paulista, com largada na Avenida Paulista, nº 2084, e chegada em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero, no nº 900, também na Paulista. A expectativa da organização é de que cerca de 28 mil pessoas acompanhem a corrida ao longo do percurso.
Atletas de 44 países
A edição comemorativa reúne atletas de 44 países, com destaque para Brasil, Alemanha, Estados Unidos e Espanha, além dos representantes de países africanos. Ao todo, serão aproximadamente 4.600 corredores internacionais.
O Brasil responde por 55% dos participantes, com 30.362 atletas de São Paulo, seguido por Rio de Janeiro (3.064), Minas Gerais (2.590) e Paraná (2.571).
A região Sudeste lidera o número de inscritos, com 36.661 atletas, seguida pelo Sul (4.712), Centro-Oeste (2.770), Nordeste (2.698) e Norte (1.533). A São Silvestre também amplia seu alcance nacional ao reunir corredores de 1.942 cidades, um aumento de 26% em relação a 2024, quando participaram atletas de 1.540 municípios.
Outro dado que chama atenção é o crescimento da participação feminina, que chega a 47,02% dos inscritos, contra 38,44% no ano passado. Entre os homens, o percentual caiu de 61,55% para 52,98%. A longevidade dos participantes também se destaca: cerca de 5.500 atletas têm mais de 60 anos, e o corredor mais velho inscrito tem 95 anos.
A operação do evento mobiliza cerca de 2.200 profissionais, sendo 180 diretamente envolvidos na montagem da arena de largada e chegada. A segurança contará com 800 policiais, entre Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana, número que representa um aumento de 110% em relação a 2024. A estrutura médica inclui 35 ambulâncias e 100 profissionais de saúde, além da distribuição de 730 mil copos de água ao longo da prova.
Maiores vencedores
Na história da São Silvestre, alguns nomes se tornaram lendários. O queniano Paul Tergat é o maior vencedor entre os homens, com cinco títulos. Entre as mulheres, a portuguesa Rosa Mota é a maior campeã geral, com seis vitórias consecutivas entre 1981 e 1986. O brasileiro com mais títulos é Marilson dos Santos, tricampeão em 2003, 2005 e 2010. Lucélia Peres, campeã em 2006, foi a última mulher brasileira a vencer a prova.
Desde 1945, o Brasil soma 11 vitórias masculinas e cinco femininas. Já o Quênia lidera o ranking de países campeões, com 17 títulos entre os homens e 18 entre as mulheres.
Na edição de 2024, os vencedores foram os quenianos Wilson Too, no masculino, com o tempo de 44min21s, e Agnes Keino, no feminino, com 51min25s. Entre os brasileiros, Johnatas Cruz terminou em quarto lugar no masculino, enquanto Núbia Oliveira foi terceira e Tatiane Raquel da Silva quinta no feminino.
