O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador que corrige o salário mínimo, subiu 5,45% em 2020, ficando acima do reajuste de 5,26% do salário mínimo.
Para que a alta pudesse repor o poder de compra, o piso deveria subir para cerca de R$ 1,102. No último dia 30 de dezembro, o presidente Jair Bolsonaro elevou o salário mínimo de R$ 1.045 para R$ 1.100.
O reajuste não prevê ganho real aos trabalhadores, segundo membros do Ministério da Economia. O novo valor havia sido calculado levando em conta apenas a variação da inflação.
A reportagem procurou o Ministério da Economia para saber se o valor será ajustado após a divulgação do INPC, mas a pasta ainda não respondeu.
Em 2019, o valor foi reajustado depois de o IBGE divulgar o INPC, indo de R$ 1.039 até R$ 1.045. O resultado do INPC foi influenciado pelo mês de dezembro, que registrou alta de 1,46%, acima dos 0,95% registrados em novembro.
Segundo o IBGE, essa foi a maior variação mensal desde janeiro de 2016 (1,51%) e a maior variação para um mês de dezembro desde 2002 (2,70%). Em dezembro, os produtos alimentícios subiram 1,86%. Em novembro, a alta foi de 2,65%.
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 5 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. (Diego Garcia/Folhapress)