RIO DE JANEIRO – A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais anunciou nesta terça-feira (12) o filme Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, como o representante do Brasil na disputa por uma vaga ao Oscar de melhor filme internacional no Oscar 2024.
O filme escolhido concorria com cinco que foram pré-selecionados pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais entre 28 longas brasileiros. Dessa forma estavam competindo pela indicação os filmes Estranho Caminho, de Guto Parente; Noites Alienígenas, de Sergio Carvalho; Nosso Sonho – A Historia De Claudinho E Buchecha, de Eduardo Albergaria; Pedágio, de Carolina Markowicz; e Urubus, de Claudio Borrelli.
“Foi uma reunião democrática, representativa em uma comissão ampla. A diversidade e a qualidade dos filmes nos levaram a três horas de debate até chegarmos ao título escolhido”, disse Ilda Santiago, presidente da comissão de seleção, por meio de nota.
Retratos Fantasmas traz o centro da cidade do Recife como personagem principal, revisitado através dos grandes cinemas que serviram como espaços de convívio durante o século 20.
Representação não é indicação
A representação, no entanto, não significa que o filme terá a indicação ao prêmio. Cada país indica um filme como seu representante para a disputa. O Oscar analisa as indicações e faz uma pré-seleção. Assim o Oscar anuncia os indicados no dia 21 de dezembros. O anúncio oficial dos filmes que, de fato, vão concorrer ao principal prêmio do cinema mundial será no dia 23 de janeiro de 2024. Já a cerimônia que premia os melhores filmes do ano está marcada para 10 de março de 2024.
Esta é a segunda vez que o diretor Kleber Mendonça Filho tem um filme escolhido para representar o Brasil no Oscar. Em 2013, a Academia Brasileira de Cinema indicou O Som ao Redor para a disputa. Mas o filme ficou fora da lista do Oscar. Além disso ele também é conhecido por filmes como Bacurau e Aquarius.
O último filme brasileiro, entretanto, a ganhar uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro foi Central do Brasil, de Walter Salles.
Os sucessos brasileiros
O primeiro filme brasileiro a concorrer na categoria de melhor filme estrangeiro foi O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, que já havia conquistado a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Isso foi em 1963. Antes disso, Orfeu negro, dirigido pelo francês Marcel Camus e baseado na peça Orfeu da Conceição, do poeta brasileiro Vinícius de Moraes, concorreu e venceu a categoria de melhor filme estrangeiro em 1960. No entanto, a aclamada co-produção franco-ítalo-brasileira premiou apenas a França, representante oficial do longa, apesar de quase todos os atores e as locações serem brasileiros.
Depois vieram O Quatrilho, de Fábio Barreto (1996), O Que É Isso, Companheiro?, de Bruno Barreto (1998), e Central do Brasil, de Walter Salles (1999). Nenhum deles ganhou o Oscar.
O Brasil também obteve diversas indicações ao Oscar por outras categorias como animação, canção, atriz, direção, fotografia e roteiro adaptado, entre outros. Mas o mais famoso prêmio do cinema mundial nunca escolheu o Brasil como vencedor.