Objetivo da Secretaria de Saúde é direcionar imunizantes que estão sobrando em alguns municípios para outros que ainda não completaram a primeira dose da população acima de 18 anos
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou, nessa terça-feira (14), que vai remanejar doses de CoronaVac em cerca de 400 municípios que já completaram a vacinação de adultos com a primeira dose contra covid-19. O objetivo, segundo o secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, é equalizar a cobertura vacinal da chamada D1 em todo o Estado.
“Esta ação é importante para que a gente não fique com doses de CoronaVac sobrando em alguns municípios, sendo que em outros lugares há população adulta para ser imunizada. A CoronaVac não pode ser usada nem como reforço, nem no público adolescente. Então esta é uma forma de fazermos todos os municípios do Estado estarem juntos na vacinação”, avaliou o secretário, em coletiva à imprensa. A medida está prevista na Deliberação CIB/SUS-MG 3.508, de 3 de setembro de 2021.
Com esta decisão, o Estado também poderá redirecionar cerca de 650 mil vacinas da Pfizer, recebidas nesta semana, para aplicação da dose de reforço em idosos acima de 70 anos, que completaram seu esquema vacinal há seis meses, em imunocomprometidos e em adolescentes.
Baccheretti ressaltou que, com a deliberação, obrigatoriamente os municípios precisam informar à SES sobre a conclusão da vacinação da população adulta com a primeira dose, o que permite que a pasta promova o repasse e a utilização do excedente o mais breve possível.
“Isso possibilita que se inicie a vacinação de adolescentes e a aplicação da dose de reforço. Um exemplo é o de São Joaquim de Bicas, que já está vacinando adolescentes e fazendo o reforço em idosos. As vacinas da CoronaVac que sobraram no município foram enviadas para Igarapé, que avançou para chegar ao público de 18 anos”, explicou.
Outro ponto abordado pelo secretário foi em relação à utilização das vacinas destinadas para primeira e segunda doses. “Alguns estados e municípios estão, muitas vezes, utilizando a segunda dose como primeira. As Notas Técnicas da Secretaria respeitam muito o Programa Nacional de Imunizações, e nós sempre mandamos a segunda dose para os municípios conforme orientado pelo Ministério da Saúde. A D2 não pode ser usada como D1”, enfatizou o secretário.
Na coletiva, Fábio Baccheretti também explicou sobre as vacinas CoronaVac que tiveram lotes interditados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Nós fizemos uma verificação junto às Regionais e identificamos que não há, até o momento, relato da aplicação destas doses que estão bloqueadas pela Anvisa. A secretaria segue acompanhando”, disse.
AstraZeneca
Baccheretti falou ainda da perspectiva de recebimento, nos próximos dias, de mais doses do imunizante da Fiocruz/AstraZeneca. “Há expectativa de que no fim de semana o Estado receba e comece a normalizar essta entrega para todos os municípios”, sinalizou.
Até o momento não há orientação do Ministério da Saúde para a utilização da vacina Pfizer para completar a vacinação de quem recebeu a AstraZeneca como D1.
Cenário epidemiológico
Conforme os dados apresentados, os índices de casos e óbitos estão menores do que aqueles registrados no pico da epidemia em 2020. “A vacinação mudou de forma segura a pandemia no estado. Tivemos redução das internações em todas as idades. Menos de 30% de UTIs estão ocupadas por conta da covid-19. É uma fotografia do sistema”, comentou Baccheretti.
Nesse contexto, a atenção das redes de saúde se volta à população mais vulnerável, o que denota a importância da dose de reforço. “A gente percebe uma redução das internações em todas as idades à medida que a vacinação vai crescendo”, disse o secretário, lembrando que esse fator reforça a possibilidade de que as internações passem a ser mais comuns entre os idosos. “Ou seja, o idoso continua sendo mais vulnerável para pandemia”.
Retomada e legado
Ainda durante a coletiva, Fábio Baccheretti comentou a intenção do Governo do Estado em incentivar a realização de mais de 275 mil cirurgias eletivas, com investimentos financeiros para que as filas de acesso a esse tipo de procedimento nos municípios possam voltar a patamares anteriores aos da pandemia.
O secretário também destacou a aplicação de R$ 370 milhões para Atenção Primária, ações para apoiar os municípios na formação de equipes de Saúde da Família e a solicitação da SES-MG, junto ao Ministério da Saúde, para o custeio de 890 leitos de UTI habilitados durante a pandemia. “Estamos muito empenhados para que tenhamos algumas estruturas que possam permanecer”, finalizou.
*Com informações da Agência Minas