O produtor rural mineiro vai ser penalizado com novo reajuste de energia muito acima da inflação, que refletirá diretamente no aumento dos custos dos alimentos. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou aumento de 10,7% para o consumidor rural (B2) atendido pela Cemig. Para o consumidor rural em alta tensão, o reajuste médio ficou em 6,19%.
“O reajuste da Cemig divulgado pela Aneel para o consumidor rural (B2), de 10,7%, é irreal e está na contramão do momento em que vivemos. Impactará nos custos de produção do setor, já elevados. Não é hora de descapitalizar e reduzir a produção”, Roberto Simões, presidente do Sistema FAEMG.
INCOERÊNCIA
Esse percentual de reajuste, autorizado pela Aneel neste ano, poderia sofrer uma drástica redução, bastando que a Cemig D utilizasse dos valores que recebeu em ação judicial, em fevereiro de 2020, referente à aplicação de ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS. No entanto, para utilizar esse recurso, era necessário que a Aneel autorizasse a utilização desse recurso.
Na reunião de 25 de junho, os diretores da Aneel, por maioria de votos, não aprovaram a compensação dos recursos recebidos pela Cemig no cálculo do reajuste tarifário 2020 – foram contra as ponderações apresentadas pelo diretor Efrain Pereira da Cruz. O Sistema FAEMG entrará com todos os recursos para a revisão dessa decisão.
“A FAEMG é a favor da utilização desses valores para a redução imediata do reajuste tarifário, apoia a iniciativa do Conselho de Consumidores em interpor recurso administrativo perante à ANEEL e tudo fará, na representação do produtor rural, para que não seja penalizado com esse elevado e inoportuno reajuste”, destaca Roberto Simões.
Quadro:
AUMENTOS
Os índices médios de reajuste tarifário da CEMIG D para 2020 foram divulgados na quinta-feira, 25 de junho. No entanto, para o produtor rural – classe B2, o reajuste será de 10,7%, o maior praticado. Para o consumidor rural em alta tensão, o reajuste médio ficou em 6,19%.