GOVERNADOR VALADARES – Entre os dias 1º e 4 de janeiro, o volume de chuva registrado em Governador Valadares foi mais do que a metade (79,2 mm) registrada em todo o mês de dezembro (107,2 mm). As chuvas que eram esperadas para o final de 2023 não aconteceram como historicamente se tem registro durante a estação chuvosa. Apesar disso, de acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o mês de janeiro deve ser marcado por chuvas acima da média em Governador Valadares.
Mudanças meteorológicas
A previsão para o primeiro mês do ano é de que o volume de chuva fique entre 180 mm a 220 mm. Já a temperatura média deve variar entre 24°C e 26°C. A professora e pesquisadora em climatologia Daniela Cunha explica que a previsão de chuvas acima da média para este ano é resultado da atuação de um sistema atmosférico denominado Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). A ZCAS é caracterizada como uma zona convergente de umidade da região amazônica para a região Sudeste e identificada por muita nebulosidade e precipitação.
“A atuação de um sistema atmosférico denominado Zona de Convergência do Atlântico Sul – ZCAS, caracterizada como uma zona de convergência de umidade da região amazônica para a região Sudeste e identificada por muita nebulosidade e precipitação, sendo resultado, dentre outros fatores, do contato da massa Equatorial Continental (MEC) com a massa Polar Atlântica (MPA). Assim, tem-se também a atuação das frentes frias que, ao passarem, especialmente sobre a região oceânica próxima ao litoral da região Sudeste, ocasionam o transporte de umidade do oceano para a área continental e o estabelecimento de baixa pressão atmosférica sobre a região Sudeste e outras partes do Brasil, as quais possibilitam a subida da umidade e, consequentemente, a formação das chuvas”, explica Daniela Martins Cunha, da área de Geografia/Climatologia do IFMG – Campus Governador Valadares.
Acima da média histórica
De acordo com o Inmet, a previsão para este ano é de anomalias positivas de precipitação, de 10 mm a 50 mm acima da média em praticamente toda bacia do rio Doce. Ou seja, a projeção é que chova mais que a média histórica do mês de janeiro.
“A previsão de chuvas para esta época do ano é comum devido à instabilidade atmosférica típica desse período e à atuação de sistemas atmosféricos como a ZCAS e as frentes frias. O que ainda se destaca é a atuação do El Niño, o qual ainda ocasionará médias de temperaturas mais elevadas. E ainda em relação às chuvas, o que na verdade se diferenciou muito do normalmente esperado foi o ocorrido de outubro a dezembro de 2023, os quais são meses da estação chuvosa e que acabaram registrando pouquíssimas chuvas”, destaca Daniela Cunha.
