Com umidade relativa do ar mais baixa, problemas respiratórios aumentam. Saiba como se prevenir
Céu cinzento, dias curtos, noites longas e vento gelado. Essas são características do inverno, estação que chegou no último dia 21 e só acabará no dia 22 de setembro, quando se inicia a primavera. Até lá, conforme especialistas, alguns cuidados são necessários para enfrentar essa época do ano em que a temperatura ambiente cai enquanto a incidência de problemas respiratórios aumenta, uma vez que a umidade do ar é mais baixa.
A Defesa Civil de Minas Gerais já emitiu um alerta para baixa umidade relativa do ar. Devido à presença de uma massa de ar seco, os índices de umidade ficarão entre 15% e 20% em grande parte do Estado neste mês de julho. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ideal é que a umidade relativa do ar fique entre 50% e 80%. Níveis inferiores a 30% já são considerados preocupantes e podem causar vários problemas respiratórios e, principalmente, agravar doenças como bronquite, asma, sinusite, rinite, entre outras.
Em entrevista ao DIÁRIO DO RIO DOCE, Patrícia Ferraz Martins, médica infectologista e professora tanto da Universidade Federal de Juiz de Fora de Governador Valadares (UFJF-GV) como da Universidade Vale do Rio Doce (Univale), explicou que durante os meses mais frios do ano ocorre maior circulação de vírus respiratórios e que, devido ao frio, as pessoas tendem a fechar os locais para se agasalhar, cortando a circulação do ar e facilitando o contágio por vírus de transmissão respiratória.
“Por se tratar de uma época mais gélida, as pessoas buscam formas de se aquecerem e acabam fechando os ambientes, mantendo uma circulação menor do ar e facilitando o contágio por vírus respiratórios. As doenças mais comuns nesta estação são as síndromes gripais e suas complicações, como pneumonia, mais comuns em idosos, e bronquiolite, que atinge mais crianças com menos de um ano. Além dos idosos e crianças mais novas, que são mais propícios a contraírem vírus, pacientes com histórico de doenças respiratórias prévias como rinite, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica também são muito afetados por essa época”.
Segundo a médica, depois da pandemia do coronavírus, as pessoas se conscientizaram mais sobre a proliferação dos vírus, aprendendo, inclusive, a importância do uso de máscaras e álcool em gel, mas que existem outros cuidados que podem ajudar a enfrentar o inverno.
“Alguns dos cuidados que as pessoas devem ter para evitar os problemas que naturalmente aparecem nessa época do ano são: lavar o nariz com soro todos os dias, higienizar as mãos e manter os ambientes arejados. Uso de máscara e isolamento social em caso de síndromes gripais, como ficou mais em evidência depois da covid-19. A vacinação contra gripe, coronavírus, pneumonia, atualizadas de acordo com o calendário vacinal nacional de imunização, e, claro, as etiquetas respiratórias, que são indispensáveis”, explica.
Conforme Patrícia, as “etiquetas respiratórias” são manobras que evitam a disseminação de vírus e ajudam a amenizar a transmissão de doenças infecciosas.
A especialista chama atenção ainda para quando procurar um médico. “Existe medicação específica disponível na rede básica de saúde e pode ser prescrita por qualquer médico após avaliação e caso julgue necessário. A automedicação é perigosa e quadros mais graves em qualquer paciente podem se manifestar com febre persistente ou nova febre após o sétimo dia dos sintomas gripais, como falta de ar ou dor no peito. Esses são considerados sinais de alarme, sendo necessário procurar uma avaliação médica imediata”.
COMO EVITAR CONTAMINAÇÃO?
- Cobrir a boca e nariz quando tossir ou espirrar e descartar o lenço/papel usado no lixo;
- Tossir ou espirrar no antebraço caso não tenha disponível lenço/papel descartável e não em suas mãos, que são importantes veículos de contaminação;
- Higienizar as mãos com frequência, principalmente, em locais públicos como transportes;
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca sem ter higienizado as mãos;
- Usar máscara cirúrgica e ou se ausentar se estiver com coriza ou tosse.