Presidente cancela reunião ministerial após confirmação de coronavírus em Heleno

por GUSTAVO URIBE
da FOLHAPRESS

Após a confirmação do teste positivo para o coronavírus no ministro Augusto Heleno, 72, o presidente Jair Bolsonaro cancelou reunião ministerial que realizaria nesta quarta-feira (18) no Palácio do Planalto.

A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Presidência da República.

Inicialmente, Bolsonaro cogitou, segundo assessores palacianos, realizá-la por meio de teleconferência, mas avaliou que seria difícil promover um encontro televisionado com 22 ministros diferentes.

A tendência é que as demais reuniões esperadas para esta quarta-feira (18), como um encontro com os chefes dos Poderes da República, também não sejam mais realizadas.

Na manhã desta quarta-feira (18), Bolsonaro participou, por teleconferência, de reunião com presidentes da América do Sul sobre a epidemia do coronavírus. Na segunda-feira (16), ele havia sido criticado por ter se ausentado do encontro anterior.

Heleno, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), informou nesta quarta-feira (18) que o seu exame para coronavírus teve resultado positivo.

O general da reserva, que participou da comitiva presidencial aos Estados Unidos, é um dos ministros mais próximos do presidente. Por causa da idade, ele faz parte do grupo de risco para a doença.

Com a confirmação do diagnóstico, Heleno é o 17º integrante da comitiva presidencial que viajou aos Estados Unidos a ser confirmado com a doença.

O primeiro exame feito pelo ministro, na semana passada, tinha dado negativo, segundo a sua assessoria de imprensa. Por precaução, já que o coronavírus pode demorar para se manifestar, ele realizou um novo teste na terça-feira (17).

Só nesta terça, Heleno teve três encontros com Bolsonaro, registrados na agenda oficial. Em nenhum deles, ele usava máscara cirúrgica.

Na manhã desta quarta-feira (18), a equipe de limpeza do Palácio do Planalto passou álcool nos gabinetes da pasta. Uma equipe do HFA (Hospital das Forças Armadas) também foi deslocada para o Palácio do Planalto para fazer exames de coronavírus em servidores públicos.

Na terça-feira (17), após realizar o segundo exame, o ministro deu entrevista à imprensa e disse que não é absolutamente tranquilizador não ter os sintomas da doença. “Já houve gente que foi diagnosticada, porque isso depende muito da reação do seu organismo. Às vezes, seu organismo resiste a esse tipo de vírus sem ter grandes problemas”, afirmou.

Mais um ministro infectado pelo coronavírus

Vestindo máscara clínica, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta quarta-feira (18) que o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) também está infectado pelo novo coronavírus.

Albuquerque fez parte da comitiva presidencial que entre 7 e 10 de março viajou à Flórida (EUA). Ele já havia feito um primeiro exame, que deu negativo, mas todos que estiveram na missão seguem protocolo médico e estão realizando novas análises durante o período de incubação do vírus.

Bolsonaro disse que a “luz amarela” do governo acendeu durante a operação de resgate de brasileiros isolados na cidade de Wuhan, na China, o epicentro do Covi-19.

“A todos ministros foi determinado que começassem a se preocupar, disse. Todos sabíamos que ele [vírus] chegaria”, acrescentou.

“Começamos a nos preparar. Até que os primeiros casos começaram a aparecer no Brasil. Alguns achavam que a gente deveria suspender o carnaval. Tivemos esses dias um governador que queria impedir as pessoas de ir a praia. Não só foi um fracasso como o número de pessoas nas praias aumentou”, declarou, numa crítica velada ao governador do Rio, Wilson Witzel.

Também estiveram com Bolsonaro na coletiva, todos de máscara, os ministros Walter Braga Netto (Casa Civil), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Sérgio Moro (Justiça), Paulo Guedes (Economia), Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), além do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.

Bolsonaro realizou seu segundo teste do coronavírus na terça (17), que deu negativo como o primeiro. Outros auxiliares que o acompanharam na comitiva contraíram o vírus, como o chefe da Secom, Fabio Wajngarten, o diplomata Nestor Forster e o secretário de comércio exterior, Marcos Troyjo.

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