Para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) a situação atual não preocupa, pois a cidade já viveu momentos piores em anos anteriores
GOVERNADOR VALADARES – A falta de chuva nos últimos meses liga o sinal de alerta para o abastecimento de água em Valadares. Quem passa pela ponte do São Raimundo (BR-116) ou pela ponte da Ilha já consegue visualizar as pedras expostas no rio Doce, cena que se repete quase todos os anos. Para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) a situação atual não preocupa. Conforme a autarquia, a cidade já viveu momentos piores em anos anteriores.
A oferta de água no rio Doce, manancial que corta os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, sempre traz uma preocupação a mais nesta época do ano. O clima quente de Valadares, com períodos bem marcados de estiagem (seca), correspondente ao inverno, pode prolongar até a primeira quinzena de outubro.
O nível do rio nesta segunda-feira (5) está em 0,20 m, conforme a régua do SAAE. Em entrevista ao DRD, o diretor de Gestão Estratégica do SAAE, Wady Dutra Neto, disse que o nível está baixo, mas é de longe uma preocupação.
“Hoje o rio Doce está com nível baixo, mas, se comparado com os anos anteriores, a seca foi mais tardia. Neste ano choveu bastante, principalmente entre janeiro e fevereiro. Como todos os outros anos, o SAAE esteve preparado para qualquer eventualidade de falta de abastecimento. O nível do rio muda muito durante a semana, mas com as últimas chuvas nas cabeceiras o rio subiu um pouco o nível, e isso é bom”, disse.
Dutra argumentou que as recentes faltas de abastecimento de água em alguns bairros na cidade não têm relação com o nível do rio Doce. “O SAAE sempre realiza manutenção nas redes de água nos bairros para justamente não faltar água nas casas. Por isso, fica um tempo interrompido. Foram trocadas nesta gestão de governo muitas redes de ferro que eram antigas por redes novas. Em todas as trocas a população foi avisada com antecedência”, disse.
De acordo com o SAAE, Valadares conta com quatro Estações de Tratamento de Água (ETA), no Centro, Vila Isa, Santa Rita e Penha.
A ETA do Centro trabalha com vazão de até 900 litros de água por segundo. Na ETA do Santa Rita, de 230 a 250 litros de água por segundo. Já a ETA do Vila Isa fornece 40 litros por segundo, e a ETA do Penha, até 25 litros por segundo.
Mesmo com abastecimento considerado normalizado, o diretor recomenda o uso racional de água em casa. “Nossa recomendação é para a população economizar água durante este período de seca, não desperdiçar com uso desnecessário”, recomenda.
Consumo de água aumenta na pandemia
O isolamento social, recomendado pelas autoridades da saúde para evitar o contágio da covid-19, tem feito as pessoas ficarem mais tempo em casa. Com isso, o consumo residencial de água em Valadares aumentou desde o início da pandemia.
O uso racional da água é uma das preocupações neste momento em que o foco está voltado para a higiene básica, com recomendação para lavar as mãos sempre que possível. “As pessoas estão lavando mais as mãos. O calor também fez aumentar o consumo de água. Talvez pode vir a faltar devido a essas circunstâncias. Por isso, pedimos para economizar o máximo possível. Se faltar água é só acionar o 115” , ressaltou Dutra.
Nova captação de água no rio Corrente trará segurança hídrica a GV
A adutora para captação de água no rio Corrente, na divisa entre Governador Valadares e Periquito, trará mais “segurança hídrica” para a população. Assim garante Wady Dutra.
A nova captação vai levar água do rio Corrente Grande até as Estações de Tratamento de Água (ETAs) dos bairros Santa Rita, Vila Isa e Centro. Ela terá capacidade de fornecer 900 litros de água por segundo, de forma a atender a sede do município nos termos do TTAC (Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta). A obra é conduzida pela Fundação Renova, como parte das ações de reparação após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em 2015.
“A nova captação de água e a do rio Doce atenderão o abastecimento de nossa cidade. As obras da adutora estão acontecendo, e estamos acompanhando de perto. Será uma segurança hídrica a mais para a cidade”, concluiu Dutra.
A obra está prevista para ser finalizada em 2021.