Polícia Federal realiza operação “Fake Family”, em combate à migração ilegal de menores

A operação foi deflagrada na manhã desta terça-feira (22) pela Delegacia de Valadares e resultou na prisão de um suspeito

O costume que algumas famílias têm de visitar outro país ou até mesmo se mudar se tornou motivo de suspeita para as autoridades de migração. No último ano, a Polícia Federal iniciou investigações que apontam a ação criminosa de pelo menos uma quadrilha responsável por criar “falsas famílias” que pretendem entrar ilegalmente em outros países.

Segundo a PF, o grupo atua na falsificação de documentos que forjam autorizações, além de dados importantes, como data de nascimento ou até mesmo a filiação de crianças e adolescentes. Assim, os imigrantes adultos conseguem ter fácil acesso ao exterior na companhia de seus supostos filhos menores de idade.

Outra estratégia, que o delegado-chefe da Polícia Federal, Daniel Ottoni, descreve como “a mais cruel de todas”, é a prática de levar crianças para outro país sem o consentimento de um dos pais. O delegado ressalta que muitos pais seguem sem comunicação ou notícias dos filhos, e explica sobre a gravidade dessas ações:

Delegado Daniel Ottoni conta como ocorrem as falsas autorizações de viagem – VÍDEO: DRD

De acordo com a Polícia Federal, seis pessoas estão sendo investigadas. Parte da quadrilha atuava nos municípios de Sardoá e Guanhães. A PF representou por quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, expedidos pela Justiça Federal de Governador Valadares. Desses, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades Sardoá e um de busca em Guanhães. Houve também a prisão preventiva de um dos suspeitos, ainda na manhã de hoje, em Valadares.

A PF prendeu um dos suspeitos na manhã de hoje (22) – VÍDEO: DRD

Segundo o delegado-chefe da PF, o suspeito detido nesta terça-feira é integrante do núcleo de Sardoá. Ele se encarregava de coordenar as atividades de falsificação de documentos. Para isso, contava com o auxílio de familiares. De posse da documentação falsa, o autor expedia passaportes para pessoas que desejavam ir embora do país.

A polícia relata ter confiscado, com esta operação, um total de R$ 5 milhões em bens materiais (incluindo veículos, imóveis e dinheiro em espécie) de envolvidos no esquema ilegal de migração.

O delegado-chefe, Daniel Ottoni, dá mais detalhes sobre a atuação da PF nesta operação, além das medidas que serão adotadas com os envolvidos. Confira abaixo a entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira (22):

Delegado-chefe da Polícia Federal dá detalhes da operação Fake Family – VÍDEO: DRD

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