Pode faltar plástico no mercado, alerta Simplast-MG

Escassez de matéria-prima e aumento do valor de venda acionaram sinal vermelho na indústria de transformação do plástico

É quase impensável um mundo moderno sem o plástico. Ele está presente em quase tudo em nosso dia a dia – peças de carro, eletrônicos, produtos médico-hospitalares e da construção civil. Nos últimos anos, o setor de embalagens para alimentos e bebidas vem se destacando, pela utilização crescente dos plásticos, devido a características como transparência, resistência e leveza. Entretanto, apesar da importância do produto para a economia e de ser essencial para a manutenção do “jeito contemporâneo de viver”, o plástico pode faltar no mercado.

O alerta vem do Sindicato da Indústria do Material Plástico do Estado de Minas Gerais (SIMPLAST-MG). Segundo a entidade, para a fabricação do produto, as indústrias do setor utilizam como matérias-primas resinas plásticas como o polietileno, polipropileno e PVC. No Brasil, esses produtos são fornecidos unicamente pela Braskem, empresa brasileira do ramo petroquímico, que produz resinas termoplásticas.

Devido à crise causada pelo novo coronavírus, muitas plantas petroquímicas do mundo entraram em contingenciamento, algumas chegando a paralisar completamente, acarretando na diminuição da produção das resinas utilizadas para a fabricação do plástico e um desequilíbrio no mercado. Além disso, devido às medidas de isolamento social, a utilização de embalagens plásticas aumentou, alavancando as demandas por produtos e elevando os preços das matérias-primas.

Para Ivana Serpa Braga, presidente do Simplast-MG, as indústrias do setor se encontram em um beco sem saída. “Não temos outras alternativas. As indústrias ficam sujeitas às políticas de preço e distribuição de um único fornecedor”, afirma, comentando que os reajustes dos preços, em 2020, já ultrapassaram o patamar de 30%.

Segundo a gestora, se a alta dos preços continuar, toda a cadeia da indústria sofrerá as consequências. “A alta dos preços das resinas plásticas, aliada à escassez, já prejudica vários segmentos que estão limitando as entregas e rejeitando pedidos”, esclarece Braga.

Também pode forçar as empresas do setor a repassarem a elevação de preços para os consumidores e, em um cenário mais pessimista, causar o desabastecimento de itens produzidos com plástico.

“Uma vez que não existe outro material que substitua as resinas plásticas com o mesmo nível de segurança e com um custo razoável, pode ocorrer o desabastecimento de matérias-primas nas empresas do setor, o que pode causar a ruptura no envase produtos essenciais, como alimentos e medicamentos”, alerta a presidente do Simplast-MG.

Polímeros que movimentam a economia e geram empregos

No cenário nacional, Minas Gerais é 5º estado no ranking do setor de transformação de plástico, com 680 indústrias que empregam, diretamente, 18 mil pessoas – dados levantados antes das medidas de isolamento.

Com a crise causada pela pandemia da Covid-19, as empresas do setor, em um primeiro momento, tiveram uma retração. Mas logo em seguida, devido principalmente às medidas de isolamento social, que levaram ao aumento do consumo por meio de aplicativos de delivery, a utilização do plástico em embalagens cresceu, principalmente a partir de março de 2020.

“Alguns setores que trabalham com plástico, como os de alimentação, limpeza e higiene, tiveram um aumento exponencial. O plástico confere uma barreira física que protege e assegura a assepsia para alimentos, bebidas, artigos de higiene, medicamentos e demais produtos, tornando-se essencial em uma crise sanitária como a que estamos vivendo”, afirma Ivana Serpa Braga.

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