Procuradoria-Geral da República analisa ações que pedem a suspensão dos repasses feitos pelo Executivo aos parlamentares
Durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quarta-feira (7), a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, defendeu a continuidade do orçamento secreto. O mecanismo, conhecido tecnicamente como “emendas de relator”, permite que o Poder Executivo repasse recursos a parlamentares, que destinam a verba a obras nos estados e nos municípios.
Ao argumentar sobre o tema durante a sessão, Lindôra Araújo afirmou que o que se exige são critérios de transparência. O julgamento foi suspenso e será retomado na próxima quarta-feira (14) — nesta quinta-feira (8), não haverá sessão por causa do Dia da Justiça.
Para Lindôra, o Congresso Nacional tem legitimidade para criar regras sobre o tema e participar da distribuição do orçamento. A vice-procuradora-geral afirmou que as ações apresentadas na Corte não questionam os repasses em si, mas regras de transparência que já estão sendo adotadas pelo Congresso.
“De certa forma, os políticos estão lá pelo voto popular. A transparência é necessária, e, pelo que entendo, já está sendo feita. A ADPF [Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental] foi para pôr transparência no orçamento secreto”, disse.
Ainda de acordo com Lindôra, as primeiras denúncias sobre irregularidades nos repasses ocorreram em publicações na imprensa, mas ela criticou os veículos de comunicação e argumentou que o fato de ser publicada por plataformas jornalísticas não significa que a informação procede.
A relatora das ações é a ministra Rosa Weber, que leu o relatório sobre o caso no começo da sessão. As ações foram apresentadas pelo PSD, PSOL e Partido Verde, que questionaram a constitucionalidade dos repasses.
Somente neste ano foram repassados R$ 11,5 bilhões aos parlamentares de recursos administrados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e R$ 5 bilhões administrados pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
R7.com