Pesquisa do Sebrae Minas mostra que empresários seguem pouco otimistas com a recuperação da economia este ano
Apesar da leve melhora no nível de confiança dos pequenos negócios mineiros em fevereiro, conforme a Pesquisa Iscon, realizada pelo Sebrae Minas, o segmento segue com baixas expectativas em relação à recuperação da economia em 2021.
De acordo com levantamento feito pela instituição com 2.700 empresas, entre janeiro e fevereiro deste ano, mais da metade dos entrevistados esperavam taxas de inflação e juros mais altas do que no ano passado. A maioria também acreditava que o controle da pandemia seguirá de igual a pior em 2021.
As empresas da construção civil são as que demonstravam um pouco mais de otimismo. Para 55% dos empresários do setor, a infação este ano será maior do que em 2020, e para 45% deles os juros devem aumentar. Os demais setores estavam menos confiantes em relação aos mesmos indicadores: Indústria (58% e 53%), Comércio (63% e 54%) e Serviços (65% e 59%).
Os microempreendedores individuais (MEI) são os mais apreensivos em relação à economia. Setenta em cada 100 entrevistados esperavam uma inflação superior à de 2020, enquanto 58% apostavam no aumento da taxa de juros. Entre as microempresas, as expectativas em relação a estes indicadores eram, respectivamente, de 58% e 57% e, entre as pequenas, de 50% e 41%.
Empregos mantidos
O levantamento do Sebrae Minas apontou que 4 em cada 10 empresas entrevistadas, e que tiveram empregados no ano passado, aderiram ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.
“A adesão geral foi menos significativa porque a maioria delas (71%) não tiveram empregados em regime CLT no ano passado, pois há predominância de MEI”, explica Paola La Guardia Zorzin, analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas.
Mais de 80% dos empresários que aderiram ao programa afirmaram que seriam prejudicados com o seu fim e, desses, quase metade disse que teria que demitir funcionários ou que sua empresa iria falir se a iniciativa não fosse mantida.
Apenas 17% das empresas da Construção Civil que tinham empregados formalizados aderiram ao programa, contra um percentual mínimo de 38% para os outros setores.
“Em parte por não ter sido tão impactada pelas restrições de funcionamento, a construção civil teve um desempenho melhor que os demais setores durante a pandemia e provavelmente não precisou recorrer tanto ao programa”, avalia a analista do Sebrae Minas.
Quem aderiu ao programa emergencial:
- Pequenas empresas: 36%
- Microempresas: 13%
- MEI: 3%
Sem otimismo
- Mais de 60% dos pequenos negócios esperavam que a inflação em 2021 será maior que em 2020.
- 55% acreditava que em 2021 as taxas de juros serão maiores que em 2020.
- 43% acreditavam que o controle da pandemia seria maior que em 2020; 34% que seria pior e 24% que a situação seria a mesma.