O marasmo em que se encontra o nosso país, sob expectativas positivas de uns e negativas de outros tantos, nos permite e nos direciona a todo tipo de reflexão. Se aqui na urbe estamos e se aqui vivemos, limitemo-nos ao espaço geográfico, prioritariamente do mundo esportivo. Devemos ser saudosistas? Existem aqueles que são, outros nem tanto e aqueles totalmente desapegados. Filiamo-nos ao primeiro grupo. Haja sofrimento!
O “grande poeta” Tião Nunes, em suas constantes manifestações nas páginas do DRD e emissoras de rádios, de forma contundente afirmava que Valadares era (e continua sendo) a “cidade do já teve”. Teve muita coisa boa.
Ainda bem que a Ibituruna ainda está aí… não foi para Ipatinga.
No esporte, em especial no futebol, tivemos em profusão “clubes” e “times”. Alguns permanecem ainda hoje com seus altos e baixos, bons e maus momentos. Outros sucumbiram ao “draconismo” dos tempos modernos. Uma pena!
Cada clube ou cada time com sua história, com sua gente, com suas conquistas e decepções. Orgulho de seus adeptos, de seus torcedores e de seus simpatizantes.
Quem vê o Esporte Clube Democrata todo garboso dos dias atuais, com belíssimo estádio em pleno coração da cidade, já ouviu dizer de seus dirigentes maiores, dentre os quais Chaim Salomão, coronel Altino Machado (com charuto e tudo…), Randolpho Moreira Bastos, Rubens do Amaral, Mamud Abbas (nome dado ao estádio, merecidamente), Dilermando Melo, Lino Alves Filho, Crisolino Ferreira, João Ferreira (podem falar João Borreira, o filho do senhor Heraldo), Arnaldo Pimenta, Walter Melo, Geraldo Pimenta, Marcos da Cemig, Eliezer Gomes (ou Eliezer das peles), Reinaldo Soneghetti, Renato Portilho, Matosinhos de Castro, Luiz Bento, Almyr Vargas etc., etc., etc.? Pois é. O Democrata aí está, firme e forte, para orgulho de seus torcedores e simpatizantes, por obra e graça de quem o dirigiu e o dirige atualmente.
E o Leão da Baixada? O Clube Atlético Pastoril. Marcelo Guzela, grande dirigente do Clube Atlético Mineiro, por anos e anos foi dirigente do alviverde valadarense, antes de seguir para BH. E o que falar do Dr. Armando Vieira, engenheiro e professor universitário idolatrado por seus alunos e que deu seu nome ao “desaparecido” estádio do clube no bairro São Pedro, cognominado, com razão, de Tio Armando? Alguém se lembra do dirigente Abelardo Pereira, o “homem” da feijoada? De Wilson Vaz? De Milton Mariano? De Wandick Collen Dornas? De Salim Thebit? De Alberto Mirahy? De Paulo Bitaca? De Paulo Frauches? De inúmeros outros que vivenciaram como dirigentes o mais querido? O Clube Atlético Pastoril hoje não mais existe… Ficaram histórias e lembranças.
O Cruzeiro (ou Cruzeirinho) da avenida Brasil (até quando?), dentre seus dirigentes notáveis, teve Otávio Coelho de Magalhães, Marcos Alves de Oliveira, Malvino Gonçalves Caldas, Odilon da Casa de Couros, Francisco Conceição e outros mais como pessoas apaixonadas pelo clube. Dignificaram o clube das 5 (cinco) estrelas. Ficaram na história.
Em relação a outros tantos clubes e times, ricas são as histórias de Almyr Lordes no Bangú, de João Rosa no Rio Doce, do senhor Joaquim no Santa Helena, de Daniel Mathias na AA Aparecida, do Ranulfo Álvares no Vila Isa, do Brito (com ou sem Coca-Cola) no mesmo Vila, do Feca e do Adocival no Ibituruna da “Pedra Forte”, do senhor Clementino Cadete na Desportiva, do Zé Antônio no Estrela do Mar, do Anísio, Serafim, Adones e seus pares no Coopevale, do Dorly Caldas no Ypiranga, do Cesário no Santa Rita, do senhor Antônio no União, do Chisté Badú e Zé Borges no Tupã, do senhor Antor Santana nos Gráficos, do Arlindo e Mairson no Palmeiras, do Josino e familiares no Internacional, do Buchecha do Periquito. Outros tantos marcaram época, se dedicaram e deixaram saudades.
Na liga amadora, Mendes Barros, Bráulio Mesquita, Hormando Leocádio, Dolfino Chisté, Luiz Bento, Boris e Silva, dentre outros, marcaram com dignidade suas passagens pela entidade. “É tão certo que somos filhos de nosso passado, como que somos pais de nosso futuro. Mas não é menos certo que nos convém muito mais olhar e recordar e ter presente que somos mais pais de nosso futuro que filhos de nosso passado. O passado deve ser recordado como experiência de vida, como ensinamento para nosso futuro, como lição de nossa história. O passado já não nos pertence; passou, e passou irremediavelmente. Quanto ao futuro, não sabemos se será nosso, e certamente ainda não é nosso. Vivamos o presente com a mente fixada no futuro”. (Os Cinco minutos de Deus).
Que os atuais dirigentes esportivos de Governador Valadares, não importando se de clubes ou de times, alicerçados em exemplos passados de homens probos, dignos e competentes, conduzam com dignidade e respeito suas e nossas agremiações esportivas, acenando com futuro que não venha trazer frustrações e decepções.
Luiz Alves Lopes | *Ex-atleta