Coordenador de projeto sobre Educação Financeira destaca que cautela e consumo consciente são fundamentais durante a crise
Além da crise de saúde pública, a pandemia do novo coronavírus preocupa a saúde financeira de inúmeras famílias que são diretamente impactadas pela paralisação de atividades econômicas decorrente do necessário isolamento social.
Diante do cenário imprevisível e do futuro incerto, a organização financeira e o consumo consciente tornam-se ainda mais importantes. É o que afirma o coordenador do projeto de extensão “Suas finanças: a educação financeira na prática” do campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora, Sérgio Louro Borges.
“A incerteza dificulta a visão sobre o futuro, exigindo maior cautela com relação ao consumo e investimentos. Isso porque a sensação de insegurança sobre o futuro exige ainda mais o consumo consciente e que sejam realizadas reservas financeiras, caso possível. Devemos manter a calma para conseguirmos chegar à próxima fase (pós- pandemia) em condições para retomada dos nossos postos de trabalho de maneira ainda melhor que antes. Uma vez que grande parte da demanda comprimida pela incerteza se realizará após a crise, dando grande impulso para a retomada da economia”.
Professor do curso de Ciências Econômicas, Sérgio ressalta que a organização financeira em tempos de pandemia depende do estilo de vida e dos diferentes hábitos que as pessoas tinham.
Muitos conseguirão reduzir os gastos com consumo realizado fora de casa, como restaurantes, bares e festas, por exemplo; outros, porém, que já possuíam uma renda limitada ao ponto de não terem acesso a esses serviços, não conseguirão tanta redução de gastos.
“Uma boa dica, muito difícil de implementar, é a decisão conjunta sobre as prioridades de consumo em âmbito familiar. Esse planejamento, além de alinhar os objetivos familiares, pode trazer ganhos comuns de bem-estar e conhecimento sobre a realidade financeira de todos. Mas, de maneira geral, deve-se primeiro realizar os gastos essenciais, como alimentação, moradia e saúde. Após estes, os demais deverão ser priorizados com relação às necessidades individuais (ou familiares)”, recomenda Sérgio.
Para aliviar as despesas e ao mesmo tempo se distrair, o professor indica uma série de atividades.
“Uma possibilidade é a busca por realização de serviços que necessitariam de profissionais externos, tais como pequenas reformas e reparos, que, além de ajudar no controle da ansiedade como passatempo, podem resultar em grandes economias”.
Outra dica do professor é “aproveitar o tempo livre com oportunidades de capacitação gratuita. Várias instituições liberaram o acesso (gratuito) a diversos cursos e treinamentos, podendo gerar uma grande economia, tanto de dinheiro quanto de tempo”.
De acordo com Sérgio Louro, a redução de renda e o medo gerado pela COVID-19 indicam uma transformação definitiva na relação das pessoas com o dinheiro mesmo após a pandemia.
“São transformações que podem ocorrer tanto em momentos de recessão quanto de ascensão econômica. Penso que as pessoas tenderão a valorizar mais o consumo doméstico e reduzir o consumo externo no futuro. Outra possibilidade é a conscientização de que é necessário reduzir o consumo de supérfluos e por compulsão, priorizando, além do consumo de bens essenciais, a realização de poupança de emergência”.
Para mais informações, os interessados devem seguir o Instagram e o Facebook do projeto de extensão “Suas finanças: a educação financeira na prática”.