Foi deflagrada nessa segunda-feira (23) a Operação Enterprise, que atingiu uma organização de tráfico de entorpecentes de alcance internacional, além de diversos outros crimes como lavagem de dinheiro e remessa ilegal de divisas para o exterior. A quadrilha, com ramificações em vários estados, tinha uma das principais bases logísticas no litoral do Paraná, com forte atuação pelo Porto de Paranaguá.
Foram cumpridos 151 mandados de busca e apreensão em 10 estados (BA, MG, MS, MT, PA, PE, PR, RN, SC e SP) e 4 no exterior (Espanha, Colômbia, Portugal e Emirados Árabes Unidos). Também foram cumpridos 65 mandados de prisão, sendo que 29 pessoas haviam sido presas até o fim da manhã, principalmente no litoral do Paraná, em Curitiba e região metropolitana. Além disso foram concedidos 37 pedidos de arresto (mandados de apreensão) de aeronaves.
Investigações
As investigações iniciaram a partir de uma apreensão em setembro de 2017 por servidores da Receita Federal, que impediram o embarque de 776 quilos de cocaína que estavam sendo exportados pelo Porto de Paranaguá, com destino ao Porto de Antuérpia, na Bélgica. Com as informações levantadas pela Receita Federal, a Polícia Federal instaurou inquérito policial e os dois órgãos públicos atuaram em conjunto nas investigações que descortinam uma vasta organização criminosa, que atuava na exportação de entorpecentes a partir de portos brasileiros para variados destinos no exterior, com predominância para a Europa.
Durante o período investigativo, foram apreendidas mais de 50 toneladas de cocaína ligadas à quadrilha, no Brasil e no exterior. A maior parte das apreensões ocorreu em área portuária, mas houve quantidade significativa em depósitos, estradas, aeronaves e até em embarcações de menor porte, em alto mar. Os principais portos utilizados pela quadrilha eram Paranaguá (PR) e Santos (SP), mas havia também ramificações em outros portos como Natal (RN), onde um grupo se especializou em enviar a droga para o exterior no meio de cargas de frutas e também em embarcações pesqueiras.
O superintendente-adjunto da Receita Federal, Fabiano Blonski, destacou a constante troca de informações entre as duas instituições para o sucesso da ação. “Após a apreensão em Paranaguá, a troca constante de informações permitiu que novos alvos fossem identificados pela Polícia Federal, e a Polícia Federal realimentava a Receita Federal com possíveis operações irregulares de exportação. Além disso, a Receita Federal desenvolveu um sistema de vigilância e gerenciamento de risco que possibilitou um crescimento enorme na apreensão de droga no Porto de Paranaguá, um dos mais visados pela quadrilha”, explica. Fonte: Brazilian Times.