Diretor-presidente da Águas de Valadares, Erich Wyatt, afirma que empresa já conseguiu reduzir problemas crônicos de abastecimento e que trabalha para expandir reservatórios na cidade
GOVERNADOR VALADARES – Estamos de volta com o Abre Aspas e agora em casa nova. Após uma pausa para a conclusão do novo estúdio de podcast do Sistema Leste de Comunicação, o DIÁRIO DO RIO DOCE retorna com a edição semanal de entrevistas com personalidades de Governador Valadares, diretamente dos estúdios da TV Leste.
O entrevistado desta semana é o diretor-presidente da Águas de Valadares, Erich Wyatt, que falou sobre o trabalho da concessionária na cidade, as metas para 2025 e os principais desafios que a empresa passou nos 8 primeiros meses de atuação.
Erich falou ainda sobre maneiras em que a Águas de Valadares tem se preparado para o período de chuvas e alagamentos e alertou sobre como a população pode contribuir evitando o descarte incorreto de objetos na rede de esgoto.
Confira parte da entrevista abaixo. A íntegra do podcast pode ser acessada no vídeo ou em nosso canal no Youtube.
FRED SEIXAS – Como está sendo o primeiro ano da Águas de Valadares na cidade?
ERICH WYATT – No final de março de 2025 vamos completar um ano na cidade. Foram muitos desafios nesses oito primeiros meses e muitas conquistas. A gente herdou um sistema muito antigo, não tinha modernização adequada e manutenção. Devagarzinho a gente conseguiu reduzir eventos de abastecimento, reduziu o prazo para atendimento de extravasamento de esgoto, também conseguimos agilizar a recomposição dos serviços posteriores, que a gente chama, asfalto, calçada…Depois que a gente faz a manutenção tem que resolver ou deixar como estava. Esse foi o primeiro desafio. E através de nossos indicadores, a gente viu que conseguiu reduzir os problemas de abastecimento, a redução do prazo de extravasamento de esgoto e de recomposição de serviços posteriores, como asfalto e calçada.
FRED SEIXAS – Estava bem bagunçada a situação?
ERICH WYATT – Sim. Tinha muita reclamação de falta de água. A gente trouxe muito caminhão pipa. Daí a gente foi conhecendo o sistema. Estava como a maioria que a gente encontra [quando assume a concessão]. Quando se toma a decisão de conceder o serviço, é porque não estava funcionando. E tem o marco do saneamento, que é para 2033, a universalização. E existe um movimento de vários outros municípios de conceder os serviços para os investimentos serem realizados para conseguir atingir o abastecimento de água e tratamento de esgoto para 100% da população.
IGOR FRANÇA – Erich, a Água de Valadares chegou com várias missões a serem cumpridas. Vocês estipularam várias metas e também tem a questão do contrato, que exige algumas obrigações. Nesse ano de 2024 a Águas de Valadares já iniciou algumas obras, algumas implementações. Gostaria que o senhor falasse o que já está sendo feito e o que está programado para ser construído em relação ao saneamento em Valadares.
ERICH WYATT – Em relação ao sistema a gente começou a adotar desde o início o que a gente chama de peças sobressalentes, como bombas reservas, porque na eventualidade de uma dar problema, a gente tem a outra para ligar na hora, e antes não tinha. Em termos de operação, a gente aumentou a capacidade de captação e distribuição de água e a gente fez a limpeza dos reservatórios e dos decantadores das estações. De relevante a gente teve a reativação do reservatório do Morada do Vale. Estamos trabalhando na reativação do Belvedere, que é um reservatório com capacidade de 3 milhões e 500 mil litros d’água, que traz mais segurança operacional. No evento de parada da Estação de Tratamento de Água você tem 3,5 milhões de litros de água para fornecer para a população. E também iniciamos as obras do Vale Pastoril IV, que vai ser o primeiro bairro a ter o esgoto coletado e tratado em Valadares.
FRED SEIXAS – Sobre essa questão de falta de água, no início da operação de vocês as demandas eram maiores do que hoje. Como vocês conseguiram controlar essa situação e como está atualmente o abastecimento?
ERICH WYATT – O sistema é muito antigo, com muita rede rompendo. Quando a rede rompe, a gente tem que parar o sistema que atende aquela região para poder fazer a manutenção. A gente atuou de forma rápida para evitar com esses rompimentos, evitando que se prolongasse e ficasse mais tempo sem água. Mas a longo prazo vamos ter que trabalhar com a setorização dos sistemas e substituição da rede velha por redes de melhor qualidade e ainda evoluindo na expansão de tratamento de água para a gente ter mais água disponível. O que a gente tenta passar para a população é que o sistema é uma estrutura complexa. Não basta mudar uma chave que vai resolver tudo. A Águas de Valadares está aqui há 8 meses completos. É muito pouco tempo ainda, são 30 anos de contrato. Então o que a gente pede: tenha um pouco de paciência. Dê um voto de confiança. As coisas já estão mudando, vão mudar e o objetivo é que daqui a pouco a gente não vai ter mais interrupção de água. O sistema vai estar tão estruturado e otimizado que esses problemas de desabastecimento vão cessar. O que a gente quer é garantir um abastecimento contínuo de água para a população de Valadares e, óbvio, tratar o esgoto. Mas é uma questão que demanda tempo. Até porque se eu for trocar tudo, eu paro a cidade. Tudo fica em via pública, debaixo da terra. Não é factível. E a gente está falando de um dos SAAEs mais antigos do Brasil, que tinha quase 80 anos. Então, paciência, a gente vai conseguir chegar lá.
Na entrevista Erich Wyatt falou também sobre novas tecnologias que estão sendo usadas para detectar vazamentos na cidade, reduzindo impactos no calçamento, e sobre a previsão e cronograma do início do tratamento de esgoto na cidade. Confira a entrevista completa em nosso canal no Youtube.