CORONEL FABRICIANO – Uma nova espécie de árvore foi identificada em áreas de preservação da Serra dos Cocais, em Coronel Fabriciano. O achado científico foi liderado pelo doutorando Otávio Miranda, com apoio do Grupo de Estudo em Economia e Manejo Florestal da Universidade Federal de Viçosa (GEEA/UFV) e especialistas da Cenibra. A confirmação da nova espécie ocorreu após análises do professor Marcos Sobral, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), referência no estudo da família Myrtaceae na América Latina.
Batizada popularmente de goiabinha-de-cocais, a espécie recebeu o nome científico Myrcia magnipunctata e possui, até o momento, apenas 11 exemplares catalogados no mundo — todos localizados nas áreas monitoradas pela Cenibra. O nome popular foi escolhido por meio de votação entre os colaboradores da empresa, como forma de valorizar a participação coletiva e fortalecer o vínculo com a conservação ambiental. A descoberta representa um marco para a ciência, especialmente em um período em que a identificação de novas espécies arbóreas se torna cada vez mais rara. A árvore pertence à família Myrtaceae, a mesma do eucalipto, da jabuticaba, da goiaba e da pitanga, e foi localizada em um fragmento de Mata Atlântica acompanhado há mais de duas décadas.
“Encontrar uma nova espécie em nossas áreas mostra como a conservação e a produção florestal andam de forma harmoniosa. A escolha do nome ‘goiabinha-de-cocais’ pelos nossos colaboradores transforma um fato científico em orgulho compartilhado e em uma conexão com o que cuidamos juntos”, destaca Kelen Karla Moreira, coordenadora de Gestão Ambiental da Cenibra. A confirmação científica revelou ainda que se trata de uma espécie endêmica, ou seja, exclusiva daquela região geográfica. Além da relevância acadêmica, a iniciativa buscou criar um vínculo afetivo entre a nova espécie e as pessoas. Enquanto o nome científico garante a identificação precisa para a ciência, o nome popular contribui para criar laços culturais e fortalecer a identidade local.
A goiabinha-de-cocais (Myrcia magnipunctata) se destaca pelas folhas longas, caules recobertos por pelos marrom-avermelhados e pequenas pontuações translúcidas nas folhas — características que inspiraram o nome científico, que em latim significa “com grandes pontuações”. Segundo os pesquisadores, a árvore pode atingir até seis metros de altura e produz frutos não comestíveis. A região onde a espécie foi encontrada é monitorada desde 2002 pela Cenibra em parceria com a UFV. Estudos apontam que, das mais de 200 espécies vegetais já registradas no local, cerca de 80 são exclusivas daquela área.
Comments 4
Em 2002 , quando analisamos os relatórios de impacto ambiental para construção da hidrelétrica do Cachoeirao, notamos a informação da existência de uma espécime rara de anfíbio, só que o estudo não prosseguio.
Parabéns pela descoberta, precisamos mais desses estudos , nossa natureza tem muito a ser estudado e revelado.
Muito interessante mais essa descoberta,a flora brasileira é mesmo surpreendente!Muito importante a Cenibra e esses pesquisadores na busca de conhecer e preservar a mata atlântica do Brasil.O achado de novas espécies contribui para ciência e consciência ecológica.
Alegria por um lado e tristeza por outro com o lançamento de efluentes da fábrica no leito do Rio doce……tragédia anunciada.