Moraes condena réu por atos golpistas a 17 anos de prisão

FOTO: Rosinei Coutinho/SCO/STF

BRASÍLIA – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela condenação do primeiro réu pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Assim ele condenou o réu a 17 anos de prisão em regime fechado, nesta quarta-feira (13). 

A Polícia Legislativa no plenário do Senado prendeu Aécio Lúcio Costa Pereira, morador de Diadema (SP). Ele, no entanto, chegou a publicar um vídeo nas redes sociais durante a invasão da Casa e continua preso. 

Além disso, pelo voto, o acusado ainda deverá pagar solidariamente com outros acusados o valor de R$ 30 milhões pelos prejuízos causados pela depredação. Cabe recurso contra a decisão.

O crime do acusado

De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o acusado participou da depredação do Congresso Nacional. Ele ainda quebrou vidraças, portas de vidro, obras de arte e equipamentos de segurança. Usando substância inflamável Aécio colocou fogo no tapete do Salão Verde da Câmara dos Deputados. 

Pelo voto de Moraes, que é relator do caso, o acusado cometeu os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Além disso cometeu tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada e dano contra o patrimônio público, com uso de substância inflamável. 

Decisão de Moraes

Segundo Moraes, a Polícia Legislativa prendeu Aécio em flagrante e o réu teve participação ativa nos atos. Segundo o ministro o réu ainda fez uma doação de R$ 380 para o “grupo patriotas”, integrado por pessoas que defendiam intervenção militar. Durante o voto, o STF exibiu os vídeos que mostram o prédio da Corte, o Congresso e o Palácio do Planalto sendo invadidos. 

“Claramente demonstrado que não há nenhum domingo no parque, nenhum passeio. Atos criminosos, atentatórios à democracia, ao Estado democrático de Direito, por uma turba de golpistas que pretendiam uma intervenção militar para derrubar um governo democraticamente eleito em 2022”, afirmou. 

O ministro também defendeu a aplicação do conceito de crimes multitudinários para punir os envolvidos na depredação. Nesses tipos de crimes, não é necessário a individualização completa das acusações contra os investigados porque os delitos foram cometidos por uma multidão de pessoas. 

“Não estavam com armamento pesado, não estavam com fuzis. Estavam numericamente agigantados, violentos, e a ideia era que, com a tomada dos três prédios que representam os poderes da República, houvesse a necessidade da decretação de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) pelas Forças Armadas”, afirmou. 

Após Moraes votar, a sessão foi suspensa para o intervalo. 

Durante o julgamento, a defesa de Aécio Lúcio rebateu as acusações e afirmou que o julgamento pelo Supremo é “politico”.  

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