Estudo da Secretaria de Saúde aponta que Minas Gerais tem terceira maior cobertura de planos privados, com 24% dos mineiros atendidos
As 200 cidades que compõem as macrorregiões de Saúde Centro – que inclui a Grande BH -, Jequitinhonha, Vale do Aço e Noroeste poderão avançar para a onda amarela do plano Minas Consciente, criado pelo governo estadual para promover a retomada gradual e segura da economia. Nessa fase, já é permitida a abertura de bares e restaurantes com consumo no local, além de autoescolas, salões de beleza e lojas de roupas, desde que os critérios de segurança sejam cumpridos.
A progressão foi possível após um estudo, desenvolvido nos últimos 15 dias pela Secretaria de Saúde, mostrar que 24% dos mineiros possuem acesso à rede de Saúde suplementar e que, portanto, os quase 700 leitos de UTI disponíveis em hospitais privados aumentam ainda mais a capacidade assistencial no Estado.
Preservação de vidas
O vice-governador, Paulo Brant, que comandou a reunião do Comitê Extraordinário Covid-19 nessa quarta-feira (26), ressaltou que a medida foi tomada de forma criteriosa e colocando a preservação de vidas em primeiro lugar.
“Os avanços são importantes, na medida em que todas as regiões de Minas, com exceção da Nordeste, estão agora na onda amarela. Isso se deu a partir de critérios técnicos, basicamente considerando o número de leitos da rede privada. É uma medida cuidadosa e, obviamente, qualquer avanço está sujeito a ser reavaliado”, destacou.
Ele lembrou ainda que a região Nordeste, única que segue na onda vermelha, com abertura apenas de serviços essenciais, é também a que tem menor adesão ao plano Minas Consciente, demonstrando a importância dos protocolos.
As mudanças passam a valer nesta sexta-feira (28). Com a aprovação, também fica revogada a deliberação que permitia que municípios com rede de Saúde suplementar adotassem regras próprias enquanto o estudo estivesse sendo realizado.
Cuidados
Com o avanço da flexibilização, o vice-governador Paulo Brant pediu que os mineiros mantenham todos os cuidados para evitar a contaminação.
“Agora, que avançamos no sentido de flexibilizar, as pessoas precisam seguir os protocolos de forma ainda mais cuidadosa. É muito importante manter o uso da máscara, do álcool em gel, o distanciamento. O vírus ainda não foi embora, ele continua aqui. Então, até o advento da vacina, precisamos tomar cuidado, mais do que nunca”, orientou.
Rede suplementar
O estudo que apontou a relevância dos leitos de UTI privados para a capacidade assistencial do Estado utilizou como base dados fornecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A análise mostrou que Minas possui, hoje, 46 hospitais que atendem exclusivamente planos de saúde, em 21 cidades. Esses municípios correspondem a 32% da população. São quase 700 leitos de UTI, com 61% de ocupação. No SUS, são quase 4 mil leitos, com 65% de ocupação.
Os dados mostram, ainda, que 24% da população mineira tem acesso à rede de Saúde suplementar, colocando o estado em terceiro lugar no país em cobertura pela rede privada. A macrorregião de Saúde Centro, que engloba a Região Metropolitana de Belo Horizonte, tem a maior cobertura (34% da população).
Dados da ANS também apontam que os planos de saúde no Brasil têm estabilidade financeira para cumprir seu papel e que houve queda de 10% na taxa de ocupação de leitos em relação ao ano passado.
Outros quatro estados brasileiros também analisam a disponibilidade de leitos na rede de Saúde suplementar. São eles: São Paulo, Rio Grande do Sul, Piauí e Amapá.