Governo do presidente Joe Biden divulgou na última sexta-feira seus planos para trazer de volta cidadãos que foram injustamente removidos do país
A administração de Joe Biden divulgou na sexta-feira, dia 2, seus planos para trazer centenas, possivelmente milhares, de veteranos deportados e seus familiares de volta aos Estados Unidos o mais rápido possível. O presidente disse que que a remoção dessas pessoas “não correspondeu com os nossos valores mais elevados do país”.
O secretário do Departamento de Segurança Interna (DHS, sigla em inglês), Alejandro Mayorkas, ordenou que as agências de imigração que estão sob o comando do seu departamento tomem medidas “urgentes” para garantir que as famílias de militares possam retornar aos Estados Unidos. Ele disse que também serão interrompidos os procedimentos de deportação pendentes contra veteranos ou seus parentes imediatos que estão nos Estados Unidos, e abriria o caminho para aqueles que se tornem elegíveis para solicitar a cidadania norte-americana.
“O Departamento de Segurança Interna reconhece o profundo compromisso e sacrifício que os militares e suas famílias fizeram à nossa nação”, disse Mayorkas em um comunicado divulgado na sexta-feira. “Estamos empenhados em trazer de volta membros do serviço militar, veteranos e seus familiares imediatos que foram injustamente removidos e garantir que recebam os benefícios a que possam ter direito”.
O presidente Biden havia prometido, durante a sua campanha, que direcionaria o DHS durante seus primeiros 100 dias no cargo a parar deportar os veteranos e suas famílias, bem como criar um processo para que os deportados pelo governo Trump pudessem retornar aos Estados Unidos.
Nas últimas semanas, os defensores dos veteranos expressaram preocupação pelo fato de poucos veteranos ou seus parentes terem retornado, enquanto outros permaneceram em processo de deportação. Muitos deportados também dizem que não conseguiram acessar benefícios como assistência médica no exterior.
No memorando emitido na sexta-feira, os chefes das agências de imigração disseram que vão revisar as políticas para garantir que os veteranos militares e seus parentes sejam “bem-vindos para permanecer ou retornar aos Estados Unidos”.
As autoridades disseram que também trabalhariam com o Departamento de Assuntos de Veteranos (VA, sigla em inglês) e o Departamento de Defesa para garantir que eles tenham acesso a seus benefícios de saúde, incluindo vacinas contra o coronavírus, e que os recrutas possam fazer o juramento de cidadania, inclusive durante o treinamento básico.
O DHS estabelecerá um “Centro de Recursos Militares” online com um número de telefone gratuito e endereço de e-mail para ajudar as famílias com seus pedidos de imigração.
“É nossa responsabilidade servir a todos os veteranos tão bem como eles nos serviram – não importa quem sejam, de onde são ou o status de sua cidadania”, disse o secretário do VA, Denis McDonough, em um comunicado. “Manter essa promessa significa garantir que imigrantes que serviram o serviço militar, veteranos e suas famílias tenham um lugar no país que eles juraram – e em muitos casos lutaram – para defender”.
A Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês) já deportou vários veteranos, incluindo quando Biden era vice-presidente. O número exato de deportados não está claro porque o governo não fez a triagem dos veteranos antes de deportá-los, de acordo com um relatório do Government Accountability Office de 2019. Organizações de defesa estimam que o governo deportou centenas de veteranos e milhares de seus parentes.
Normalmente, os veteranos foram deportados porque foram condenados por algum crime. Mas os defensores disseram que muitos tiveram problemas por causa do transtorno de estresse pós-traumático relacionado ao serviço militar.