José Martins, carinhosamente chamado de Zezinho, por amigos e familiares, chegou a ser socorrido com vida, mais não resistiu aos ferimentos e morreu
A notícia da morte do brasileiro José Martins, de 57 anos, pegou a comunidade valadarense nos Estados Unidos de surpresa na tarde de terça-feira, 30. Zezinho, como era conhecido, estava trabalhando como mestre de obras em Queens (NY), quando uma parede desabou em cima dele. Zezinho, que emigrou para os Estados Unidos na década de 80, era natural de Governador Valadares e morou no bairro São Paulo. Conhecido por ser uma pessoa acolhedora e extrovertida, deixou parentes, amigos e colaboradores, que ficaram chocados com a sua morte.
De acordo com testemunhas, o brasileiro foi levado inconsciente para o hospital, onde foi declarado morto. Policiais informaram que ele trabalhava com uma equipe de operários no terceiro andar de um prédio, localizado na Beach 67 Street, quando a parede caiu. “Ele tentou correr, mas não conseguiu”, informou o porta-voz do Departamento de Polícia de Nova York (NYPD).
Pai e marido dedicado, Zezinho era morador em Warren (NJ), casado com Marta Martins, tinha três filhos e recentemente se tornou avô. Dedicava boa parte do seu tempo paparicando a netinha. Zezinho foi um dos brasileiros pioneiros na comunidade de Newark (NJ).
Alcilainy Pacheco e Edwilson Andrade foram para os Estados Unidos na mesma época que Zezinho. O casal conta que ele era um grande amigo. “Conhecemos o Zezinho há muitos anos. Não temos palavras para expressar a dor que estamos sentindo. Voltamos para o Brasil, mas, sempre que íamos a passeio aos Estados Unidos, o Zezinho e a Marta faziam questão de que ficássemos na casa deles. Não perdemos só um amigo, perdemos um irmão. Só Deus para dar força para todos nós”, lamentaram.
Kassandra Teixeira conta como foi bem recebida por José Martins quando ela e o marido chegaram aos Estados Unidos. “Zezinho era uma pessoa incrível, que vou guardar pra sempre no meu coração. Quando vim morar nos Estados Unidos, ele e sua família me receberam muito bem. Meu marido e eu fomos muito bem aconselhados por ele no início do nosso casamento. Zezinho era sempre alegre e prestativo. Nós não temos palavras pra descrever essa tristeza que estamos sentindo com a partida desse homem admirável”, comenta Kassandra.
Douglas Castro conta que teve a honra de trabalhar com o Zezinho, por dois anos. “A partida repentina vai deixar saudades. Tenho só que agradecer tudo que ele fez por mim. Foi um pai e um amigo. A casa dele sempre foi um ponto de encontro dos valadarenses, principalmente nos dias de jogo do Cruzeiro. Tenho certeza de que ele está ao lado do Pai. Que Deus conforte a Marta e os filhos. Vá em paz, meu eterno amigo; obrigado por tudo”, declarou.
João, que trabalhou com Zezinho por sete anos, não consegue acreditar no que está acontecendo. “Sabe, a ficha não caiu até agora. Pensa em um ser humano bom! Esse era o Zezinho. Sempre dando oportunidade de trabalho para os brasileiros que chegavam. A gente vem pros Estados Unidos com a intenção de mudar a nossa vida. Aí acontece uma fatalidade dessa. Não sei nem o que dizer. Realmente, é muito triste.”
Segundo a Polícia de Nova York, uma autópsia vai ser realizada para determinar a causa da morte. De acordo com uma amiga da família, o velório de Zezinho será na sexta-feira, 2, mas ainda não tem local nem horário definido. O traslado do corpo para o Brasil também não foi definido pela família.
por Angélica Lauriano | angelica.lauriano@drd.com.br