Médico observa aumento no número de infartos durante a pandemia em Valadares

Doenças cardiovasculares tiveram um crescimento de 132% no Brasil durante a pandemia, diz pesquisa realizada pela UFMG em seis capitais nacionais: Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Hospital Alberto Urquiza Wanderley e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o número de mortes por doenças cardiovasculares cresceu até 132% no Brasil durante a pandemia.

A maioria das mortes aconteceram em casa, segundo os autores do estudo, e grande parte do problema surgiu com a diminuição da frequência do acompanhamento de doenças durante a pandemia. Muitos pacientes deixaram de procurar hospitais, fazer exames, consultas e até mesmo cirurgias por conta do medo do contágio pela covid-19.

Os dados mostram que, no período de 16 de março – mês em que ocorreu a primeira morte por covid – até o final de junho de 2020, ocorreram 23.342 mortes por doenças cardíacas em casa; no mesmo período no ano anterior foram registradas 17.707 mortes.

Em Valadares, médicos notaram um pequeno aumento no número de infartos na cidade durante a pandemia. O cardiologista Alessandro Ferraz, em uma entrevista ao Diário do Rio Doce, contou que pacientes têm infartado mesmo na UTI Covid. Segundo ele, a covid causa inflamação, e essa inflamação pode acontecer no coração e acabar gerando o infarto no paciente.  

“O atendimento de pacientes no pronto socorro pra infarto teve um pequeno aumento, mas isso não quer dizer que seja somente a covid, tem a parte do estresse emocional, a diabetes, a hipertensão, obesidade, deixar de ir ao médico e não tomar a medicação adequada, então tem vários fatores que podem ter aumentado o número de infartos durante a pandemia, mas ainda não temos uma estatística, são somente observações”, ressalta o cardiologista.

A pesquisa realizada pela UFMG confirma as observações do cardiologista Alessandro Ferraz. Segundo o estudo, existe uma preocupação com o agravamento de problemas como a diabetes e a hipertensão durante o isolamento social. O estudo aponta um aumento de mortes por doenças cardiovasculares não especificadas, que pode ter raiz na falta de um diagnóstico preciso. Os dados da pesquisa foram recolhidos em registros da Arpen (Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais).

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