Março Lilás: profissionais da saúde orientam sobre combate ao câncer de colo do útero

Segundo a médica ginecologista Drª Marcela Laender, cerca de 99% dos casos atendidos estão relacionados ao vírus HPV; Setor de Imunização registra baixa procura de vacinas contra a doença

Neste mês das mulheres, além de destacar os importantes papéis que elas cumprem na sociedade, os órgãos públicos fazem questão de destacar o cuidado especial com a saúde delas.

Por esta razão, entra em cena a campanha Março Lilás. Esta iniciativa visa lembrar ao público feminino sobre o zelo à saúde como um todo e, principalmente, sobre o combate ao câncer de colo do útero.

O que é o câncer de colo do útero?

O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos).

A infecção genital por este vírus é muito frequente e na maioria das vezes não causa doença. Em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolau), e são curáveis na quase totalidade dos casos.

Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (logo atrás do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. (Informações: INCA)

Como evitar a doença?

A médica ginecologista Marcela Laender explica sobre as etapas de prevenção ao câncer de colo do útero, sendo uma das principais, a realização do exame preventivo:

“A gente vai lá no colo, a gente vai raspar a célula e vai mandar [para análise]. Se essas células já tiverem alguma alteração sugestiva que pode se transformar em um câncer, a gente já consegue agir agora, numa fase muito inicial. Então não era para eu pegar pacientes em casos tão avançados”, ressalta.

Além do exame preventivo, a ginecologista afirma que a vacinação contra o vírus HPV atua diretamente nesta missão de combate:

VÍDEO: DRD

“Noventa e nove por cento dos casos de câncer de colo do útero estão associados ao HPV, que é o Papilomavírus Humano. Como a gente vai pegar esse HPV? A gente vai pegar via contato sexual e esse vírus vai provocar uma mutação ali na célula que vai fazer com que a gente desenvolva a doença. Então por isso a vacinação contra o HPV é tão importante”, pontua.

Vacinação

Sobretudo vale ressaltar que o “carro-chefe” da prevenção ao câncer de colo do útero ainda possui um índice baixíssimo de procura. É o que relata a Coordenadora do Setor de Imunização da Policlínica, Márcia Cordeiro:

“Infelizmente está baixíssima [a adesão]. Os nossos adolescentes não estão procurando essa vacina. É muito importante as pessoas valorizarem essa vacina porque ela previne uma série de doenças causadas pelo vírus HPV, que é um vírus que pode causar, principalmente nas mulheres, o câncer de colo do útero e vários outros tipos de câncer também. E, nos homens, câncer de pênis e outros tipos de câncer também. É muito importante meninos e meninas tomarem essa vacina”, explica.

Márcia Cordeiro – Coordenadora do Setor de Imunização da Policlínica -| FOTO: DRD

Ainda segundo a coordenadora, as doses estão disponíveis gratuitamente para a imunização de meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. “São duas doses para esses grupos. Essa vacina está liberada, também, para pessoas com doenças imunossupressoras. Aí o esquema é diferente e a idade também é diferente. Na rotina, a vacina é para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos”, detalha.

O público que já passou da faixa etária informada e nunca se vacinou contra o HPV, já não pode mais receber as doses, a não ser em casos específicos de tratamento sob orientação médica.

Para mais informações, o setor de imunização da Policlínica está localizado na rua São João, nº 284, Centro.

Foto destaque: Ginecologista ressalta que falta do exame preventivo é uma das agravantes para avanço da doença – FOTO: DRD

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