CLAYTON FREITAS / SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo disse que 57.476 pessoas que já receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19 ainda não voltaram para receber a dose de reforço na capital paulista. Com isso, correm o risco de não adquirirem a imunidade máxima oferecida pelo imunizante.
Estudos indicam que a eficácia da Butantan/CoronaVac é de 50,38%, e da Fiocruz/AstraZeneca, 76%.
A vacina do Butantan deve ser aplicada 21 dias após a primeira dose, e da Fiocruz, depois de 12 semanas (90 dias) após a data da dose inicial.
“A vacina, da forma como ela foi pesquisada, só é totalmente eficaz com a dose de reforço”, afirmou o médico sanitarista e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) Gonzalo Vecina Neto.
As quase 57,5 mil pessoas que perderam o prazo correto de tomar a segunda dose representam 3,7% das 1.531.233 moradores da capital que tomaram a dose inicial do imunizante.
Uma das maiores referências no país em políticas de saúde, Vecina Neto afirma que a informação sobre qual é de fato a redução da eficácia não existe. O motivo é que todos os estudos clínicos indicaram a eficácia no intervalo indicado, e não fora dele. “Não fizemos esse tipo de investigação. O que se sabe é que a máxima eficácia foi encontrada nesses intervalos”, afirmou.
Vecina Neto diz que as pessoas devem ser contatadas, e, se for o caso, a prefeitura deve ir até a casa de cada uma.
Em nota, a secretaria afirma que tanto os médicos quanto os enfermeiros informam sobre a importância da segunda dose. Além disso, os agentes comunitários de saúde realizam visitas casa a casa para alertar a população da importância da imunização correta com as duas doses. A nota diz que as pessoas que não tomaram nenhuma das doses ou apenas a primeira delas são monitoradas.
A pasta, da gestão Bruno Covas (PSDB), diz ainda que envia, via celular, informações sobre a chegada da segunda dose para aqueles que tomaram a dose inicial, e mantém abertas todas as salas de vacina, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, com a oferta da imunização contra a covid-19.
A secretaria não explicou os motivos para as pessoas não voltarem para tomar a segunda dose da vacina.
Funcionários de unidades de saúde também ligam para alertar sobre a dose de reforço para quem tomou a primeira.
Os públicos elegíveis podem ainda procurar os postos volantes em igrejas, shoppings, farmácias e drogarias parceiras.