Galo fez dois jogos começando com três volantes e, atuando assim, ainda não marcou nenhum gol; Luan fala pouco, Ricardo não vê ataque inoperante, e Elias avalia prós e contras
Após a derrota do Atlético para o Cerro Porteño, na quarta-feira, pelo Grupo E da Libertadores, Levir Culpi e os jogadores conversaram com os jornalistas, e boa parte das perguntas foram sobre o esquema de jogo que o time escolheu nos últimos dois jogos, contra o Defensor (no Independência) e contra o Cerro, no Mineirão.
Nessas duas partidas, Levir optou por deixar Chará no banco e escalar mais um volante (Zé Welison no primeiro jogo e Jair nessa quarta). Com isso, Elias teve mais liberdade para atacar, mas não teve um excelente desempenho em nenhuma das duas partidas. O treinador, claro, falou sobre o assunto, já que é ele quem escala e mantém – ou não – a formação. Os jogadores também comentaram, já que são os responsáveis pela execução.
Luan foi o primeiro. Apesar de evitar falar sobre o tema, até por entender e respeitar a opção do treinador, disse que o Atlético fez um bom jogo.
– Mas melhoramos no segundo tempo, sem dúvidas. Criamos chances. Também tivemos chances no primeiro. Mas é Libertadores, é difícil. Se a gente não tiver concentrado nos 90 minutos, acontece isso. Os caras cruzaram uma bola na área e foram felizes.
“Não posso dizer que taticamente afetou”
Ricardo Oliveira, na nova formação atleticana, fica com um “parceiro” a menos no ataque. Isso porque Elias e Luan são “menos atacantes” que Chará, e o centroavante, na prática, fica mais dependente das assistências do camisa 10 Cazares – que vive ótima fase, vale destacar. O camisa 9, apesar disso, não viu um Galo inoperante ofensivamente. E disse que a mudança tática não atrapalhou.
– Não posso dizer que taticamente isso nos afetou. Não posso falar em inoperância ofensiva. A gente criou oportunidades no jogo. É fase de grupos, Libertadores é complicado pra caramba. Tivemos chance no primeiro tempo, tivemos o gol anulado, tivemos outras chances de fazer gol. Criamos. Não tanto quanto no segundo tempo, quando chegamos mais. E eles não chegaram, não criaram perigo pra gente. Chegaram uma vez e fizeram o gol. No segundo tempo tivemos mais condições de triangulação pelo lado do campo, criamos jogadas, chutamos de fora. Vi o time dessa forma – disse.
– A gente perdeu o primeiro jogo em casa na fase de grupos. Mas acaba de começar. Temos que trabalhar, abaixar um pouco as emoções e avaliar o jogo que fizemos para tentar recuperar os pontos fora de casa – completou Ricardo.
“Você cobre a cabeça e descobre o pé”
O camisa 7 Elias fez uma análise mais profunda e tática da mudança de sistema. Usou a metáfora destacada acima para explicar que, com três “volantes” – já que Elias jogou como um meia -, o time fica mais seguro defensivamente, mas fica menos produtivo no ataque. E foi, de fato, o que aconteceu. Segundo ele, o novo modelo de jogo requer adaptação.
– Como mudou a característica dos jogadores, é tempo, trabalho. A gente conseguiu segurar a equipe deles tanto nesse jogo quanto no outro (contra o Defensor). Após a (minha) saída, voltou o esquema antigo e a gente sofreu o gol. É um esquema seguro. É aquilo: você cobre a cabeça, descobre o pé. Não dá para ter tudo no futebol. É corrigir alguns erros de posicionamento. Acho que a gente está pecando um pouco na saída de bola também. É continuar trabalhando – concluiu.